24 de julho de 2014

Ciúme

O que é o ciúme senão o deixar a mente vaguear sem rumo, perdendo-se numa imaginação fértil, que cria um enredo, um contexto, uma história à medida das inúmeras possibilidades que o espaço nos oferece.

Deixamos de nos concentrar nos factos e alimentamo-nos da criatividade que o nosso conhecimento nos oferece. Recriamos enredos, com personagens principais, secundárias, locais quase reais, diálogos, imagens, actos, tudo até passar da imaginação para a realidade.

E distinguir uma da outra? Largar a ideia de poder ser parva e "cornuda" e aceitar de olhos fechados que se isso tiver de acontecer não há nada que possamos fazer, viver pacificamente sem criar ondas nem tentar saber se aquela história mal contada tem algo mais que nos foi omitido?

Quando começa o ciúme e acaba a realidade? Onde está essa barreira que separa a chata da realista, que percebe que se passa algo de estranho, mas não tem provas concretas?

Há aquelas mulheres que não pensam nessas coisas que aceitam o que têm sem pôr nunca em dúvida. Que são fáceis, acreditam em quem têm ao lado, aceitam a ex-namorada, o ultimo grande amor, a melhor amiga que não sai de perto dele. Aceitam, não perguntam, não inventam, não recriam realidades paralelas nem tentam descobrir se há mais alguma coisa. E há as outras, as obcecadas, que vigiam e arranjam 30 formas diferentes de perseguir, espiar, investigar e tentar encontrar alguma coisa que o denuncie.

Nas primeiras, algumas sentem alguma coisa, que há ali algo que é preferível não saberem para não se chatearem ou colocar a relação em risco, outras não têm mesmo com o que se preocupar, confiam.
Já sobre as segundas, as ciumentas, há as loucas que para elas tudo é motivo de desconfiança, de insegurança, de possível traição. Estas perseguem, vasculham tudo e mantém-se lá por falta de provas a massacrar a relação com discussões, desconfianças, ataques à sua auto-estima e à dignidade do outro. Desgastam a relação. Outras têm razões para serem desconfiadas, lutam para não serem ciumentas mas são consumidas por constantes sinais que acabam por leva-las a um estado de loucura entre a negação e o não quererem manter-se numa relação que seja de infidelidade total.

Como diagnosticar a causa?
Sem factos não há crime, sem crime não há razão. 

O melhor é não pensar demais, não andar à procura, nem cismar com esse perigo eminente. Viver descontraidamente sem inventar motivos para criar desarmonia, nem dar azo à imaginação, não bisbilhotar nem perseguir.

Cuidado, quem procura muitas vezes encontra, mesmo que não seja um motivo, às vezes retirado de contexto, pode parecer o pior dos nossos receios.

Tentem fortalecer a auto-estima, muito importante é não deixar demasiado espaço livre para pensar e repensar no que não devemos. Mantenham-se ocupadas.  Se um dia esbarrarem com uma prova, mesmo que meia camuflada, nesse momento parem, evitem acusar à partida, vejam sempre as possibilidades positivas, respirem, tentem não ser impulsivas, procurem ver todas as possíveis perspectivas, evitem agredir, nem acusar, ninguém é culpado até provas em contrario. Peçam ajuda para entenderem, perguntem e depois vejam a reacção…

Acima de tudo devemos evitar desgastar a relação com discussões sem provas. Devemos proteger e acreditar em quem temos ao lado. É a nossa nova família, o nosso pilar e o nosso amigo, se o andarmos a acusar, estamos a pôr-nos contra ele, o resultado acabará por afasta-lo ainda mais. Até porque uma pessoa demasiado ciumenta, normalmente acaba por ser traída. Pois alimenta a ideia na cabeça do parceiro, ao mesmo tempo que acaba por degradar a relação e induz a outra pessoa a procurar carinho noutro lado.

Special Agent Naughty




Sem comentários:

Enviar um comentário