31 de janeiro de 2012

Sei o que fizeste no verão passado....

Alguém disse : "ninguém é tão feio como no B.I., nem tão bonito e feliz como no facebook", eu acrescentaria ainda extrovertido às qualidades assumidas no FB.

Se nós não nos pomos a contar a vida toda aos conhecidos e aos primos em terceiro grau porque raio é que o fazemos na internet? Estas pessoas não precisam e, provavelmente, nem querem saber a nossa a vida ao minuto e, mesmo que queiram, porque é que nos importamos tanto em transmitir a imagem que somos giros, felizes e cheios de amigos igualmente giros e felizes a pessoas que não nos importam?

Sou uma fã confessa do facebook e reconheço-lhe vários benefícios, um deles é aproximar as pessoas. Adoro ver a evolução dos filhos de amigos meus através de fotografias, saber que a amiga da primária vai ter outro filho ou ver as fotos das férias no Vietname. Outra coisa é saber que o "João tem sono", a "Rita tem fome" e que a "Isabel odeia as segundas-feiras e não percebe porque é que a semana não começa só à terça".

Por mais emocionante que vos possa parecer uma ida à Estação de Campanhã ou separar as roupas por cores antes de as pôr na máquina, façam um favor a vocês próprios e não publiquem isso no facebook! As pessoas que têm acesso à vossa informação não querem saber!

Recomenda-se também evitar actualizações de estado ridículas como " Joana a trabalhar" numa qualquer quarta-feira de Março às 3 da tarde- porque isso estamos todos- ou partilhar com o mundo a sede de vingança, tipo "cá se fazem, cá se pagam".

Também se aconselha evitar a publicação de fotografias em que vocês ou algum dos vossos amigos aparece bêbado e disforme, de amigas rechonchudas de bikini, ou álbuns de 146 fotografias da própria cara e corpo. Poses sensuais meio despido ou frente ao espelho são a cereja no topo no bolo! Infelizmente, destes últimos há poucos!

Todos bebemos, todos temos fotos menos favorecedoras e um pequeno narciso dentro de nós... mas será que é mesmo necessário mostrar isso ao mundo?

Se pensarem bem isto é o mesmo do que levar sempre o albúm de fotografias das férias atrás para o caso de encontrar alguém conhecido na rua. E contar-lhe o que é que jantaram na noite anterior enquanto folheiam o mesmo.... e ninguém quer saber isso!!!





Special Agent Drama





Ela não te vai deixar ir assim tão facilmente

Sim, não duvides, ela vai-te manipular!

Como queres que ela te deixe ir sem tentar tudo antes de desistir?

É lógico que não vai ser assim tão simples. A mulher é manipuladora por natureza e é nesse momento, quando decides virar costas e tomar a atitude que demoraste tanto tempo a ter coragem, que ela, em desespero, abre a sua mala das ferramentas de tortura e retira de lá, uma a uma, experimentando à vez, até surtir o efeito desejado.

Ferramentas de tortura:

– ser a vítima e chorar loucamente até que te sintas mal e acabes por ceder ao seu sofrimento tentando acalmá-la, desistindo da ideia ou adiando;

– tenta o sexo de despedida, pode ser que assim te arrependas e ainda te consiga conquistar novamente pelo caminho;

– finge que lhe é indiferente, para ver se te magoa e tu acabes por desistir da ideia, por te aperceberes que não tens assim tanta certeza e perde-la de vez não era uma hipótese que tinhas considerado;

– pede por tudo para ficares, promete que vai mudar, que será diferente, assume uma infinidade de erros que por acaso só naquele momento é que começou a reparar neles, de forma a que acredites que a relação vai melhorar e ser totalmente diferente do que foi até aquele momento;

– ser a compreensiva que te entende e te deixa ir, para que possa ser a amiga que continuará presente, assim tem a oportunidade de te reconquistar;

– é agressiva e diz-te que nunca mais te quer ver, chama-te nomes e diz que foste um erro e a pior coisa que lhe aconteceu, basicamente dá a volta ao jogo e tenta magoar-te a ti, para que te sintas tão mal que te queiras redimir.


Agora desejo-te boa sorte!

É preciso estar muito decidido para conseguir passar por uma mulher de armas em punho!
Se conseguires, não te vais sentir vitorioso, tenho a certeza que ela vai garantir que a tua auto-estima saia de lá bastante afectada. Mas pelo menos podes considerar a hipótese de te inscreveres para o casting para seres o novo MacGyver, pois conseguiste ser mais engenhoso que uma mulher decidida a não te deixar sair de perto dela.

Special Agent Naughty

30 de janeiro de 2012

Vai ser tarde quando reparares em mim

Amei-te todo este tempo que estive ao teu lado. Ri-me contigo, ouvi-te chorar, corri para ti todas as vezes que me querias ver, desmarquei tudo o que tinha pendente apenas para ter a oportunidade de estar contigo.

Sentia-me mais feliz perto de ti, mais preenchida, mais compreendida. Nunca tive uma dúvidas que era contigo que queria estar. Cada vez que me abraçavas ou me puxavas para dançar, sentia-me tonta, e tinha sempre a esperança que tu, numa dessas vezes, sentisses o mesmo e te virasses, olhasses para mim nos olhos e sem conseguir dizer uma palavra, fizesses, o que para mim sempre fez sentido: me beijasses.

Mas isso nunca aconteceu.

Sabia que tinhas outras pessoas, assisti fingindo-me interessada, mas evitava falar muito sobre o assunto. Via-te acabar mil casos, a fingir não dar importância a tantos outros, nunca me dizias que gostavas verdadeiramente delas, nunca percebi se sentias lá no fundo a ligação que havia entre nós ou se tinhas medo de me magoar.

Fui esperando paciente, como a amiga para todas as ocasiões. Queria estar ali, ao lado, talvez um dia reparasses que era comigo que vinhas sempre ter, que era comigo que te rias, que conhecias bem, que nos entendíamos melhor, que era comigo que querias passar o melhor do teu tempo.

Nem imaginas o que eu sentia, quando a tua mão distraída me passava pelo cabelo, ou me fazias festas na cabeça, quando me abraçavas com força, quando te metias comigo a brincar, ou quando olhavas do fundo de uma sala para mim, com aquele olhar que só nós entendíamos e acabávamos por sair dali para fora. Eu vibrava por dentro, apetecia-me que aqueles pequenos momentos inocentes durassem para sempre, eram tão nossos, faziam parte de um mundo que eu temia o tempo todo ser imaginário.

Achei tantas vezes que sentias o mesmo que eu, mas que apenas tinhas medo de o assumir, tal como eu. Tantas vezes te vi a olhar para mim quando eu não estava a olhar, te ouvi a falar de mim, como se me conhecesses melhor que eu mesma, te ouvi proteger-me de saber mais do que aquilo que eu poderia aguentar. Não me querias longe, isso é facto, mas nunca percebi se tinhas medo de me perder se tentasses alguma coisa mais, ou se apenas me vias como amiga.

Estive todo este tempo ali, ao teu lado, à espera que reparasses, que não aguentasses mais. Não quis jogar, não quis afastar-me para ver se sentias a minha falta. Por um lado porque também não te queria perder, por outro, porque não me conseguia afastar de ti. Passou-me varias vezes pela cabeça, mas acabei por nunca conseguir.


Hoje conheci outra pessoa.

Sinto-me feliz e preenchida, mas tenho te visto ansioso, a ligar mais do que o normal, a tentar estar comigo para falarmos. Pareces inseguro e inquieto, chateias-te comigo por tudo e por nada, fazes perguntas estranhas e cobras-me tudo o que faço e não faço.

Eu, morro de medo de te dizer, porque tenho medo de ver aquilo que quis ver durante todo o tempo que estive ali, perto de ti, e que agora já não quero mais.

Como te amei e tu nunca reparaste. Como esperei, durante dias e noites, que parasses de olhar à volta. Estive lá, estive ali, tu deixaste passar e agora já é tarde.

Tenho pena do que não vivemos, mas mais, tenho, de teres percebido tão tarde.

Special Agent Naughty

27 de janeiro de 2012

Beija mal!

Ele era lindo de morrer, sim digo "era", deixou de o ser depois de me beijar.


Imaginas tudo quando conheces um homem que te atrai visualmente, que até gostas de o ouvir falar, que te surpreende com a conversa, ninguém daria por ele, mas afinal é uma grande cabeça, cheio de sentido de humor, e no momento em que te rendes totalmente aos seus encantos e ele debruça-se sobre ti e te beija...
...tu pensas - Não, espera, isto não correu bem. É melhor tentarmos outra vez.


Mas não corre melhor, pior, mantém-se igualmente mau!


Arrghhhh! Há coisa mais enervante?!


Voltas a olhar para ele e ele ainda se mantém ali, lindo de morrer, um homem cheio de qualidades e que está doido para te voltar a beijar, mas... porque carga de água não sabe este homem dar um beijo de jeito?


Queres tentar ver se dá para melhorar, se dá para que ele encaixe melhor contigo, pode ser que se tu o conduzires ele vá acabe por te seguir. E, voltas a tentar.


Que desespero! A atracção toda que aquele homem produzia em ti, estava a desfazer-se em queda livre, e por mais que te esforçasses para mudar isso, não estavas a conseguir fazer nada!


Aqueles lábios tensos, sempre na mesma posição, que forçam demais, até ficares com a boca a doer... Tiram toda a vontade de voltar a uma quarta tentativa.


Começas a fugir ao beijo, a falar demais, a tentar arranjar desculpas para que ele não volte a repetir o gesto e acabas por parecer ridícula, pois ainda há dois minutos só pensavas em cair-lhe nos braços e agora só pensas em como fugir deles.


Infelizmente, o encanto desaparece todo, ali naquele momento, apenas porque o beijo não funcionou. Voltas a olhar e afinal já não é assim tão giro, nem tão interessante. Parece mais uma criança que nunca saiu do bate-pé, ou um homem que acabou de sair de uma relação que começou aos 13 anos.


Não há como ultrapassar um beijo mau!




Special Agent Naughty

26 de janeiro de 2012

Relações fast-food

Hoje em dia, as relações são muito mais práticas e rápidas, eu chamo-lhes as relações fast-food.

Não se perde muito tempo com telefonemas, encontros, jantares, conhecer as famílias, os amigos, nada!

Um homem e uma mulher conhecem-se, dão inicio ao relacionamento, envolvem-se e acabam quando se despedem. O inicio é o próprio fim. 


O compromisso é 100% funcional.


Ninguém se chateia, não há discussões, não há fretes, nem parte nenhuma chata, enquanto estão bem e a divertir-se, estão juntos.
Acabam sempre em alta e com a sensação de que foi bom e correu bem, mas não vale a pena continuar, porque em algum momento vai correr mal e assim evita-se a parte má.
Nao há traições, ciúmes, a discussão do não ter tempo, o chatear com a hora tardia a que se chega a casa, com os copos a mais, não se espera por um telefonema que nunca mais chega, não se contam os minutos para voltar a estar, nem se tem de aprender a lidar com os ex's. 


Nada!

Antes pelo contrario, só têm olhos um para o outro; quanto mais tarde chegarem, melhor, quer dizer que a relação passou de 3 horas para 5, o que já é uma relação longa; copos, que venham mais, para ver se a relação evolui até ao fim; telefonemas? Como assim se nem houve troca de telefones; a ideia é aproveitar enquanto estão juntos, por isso, voltar a estar não faz parte dos planos; e os ex's que se roam, porque quem está agora somos nós, e a aproveitar o melhor!!

Com tanta vantagem neste género de relações, só posso concluir que o fast-food ainda está para ficar. Ficamos à espera que a moda do Biológico comece a dar os seus passos nas relações, para nós vermos o que é que é realmente mais saudável.


Special Agent Naughty


Glamour sem saltos altos na Avenida da Liberdade

A passear na Av. mais luxuosa de Lisboa, e numa das 10 mais do mundo. Percorri as montras das lojas para ver se os saldos me atraiam e à espera de ver a rua com mais movimento. Estava igual, sem grande movimento de pessoas, contrastando habitualmente com o dos carros.

Comecei no Pinóquio onde almocei, onde não resisto em picar as gambas ao sal, as amêijoas à bulhão-pato e o pica-pau. Depois fui passear, sem pressa pela avenida, espreitando umas montras das lojas mais caras, que olhavam para mim e diziam - nem com saldos podes entrar que não sou para o teu bolso - e eu lá fui andando, sonhando com aquela carteira da Louis Viton, com o lenço na Gucci, com um vestido na Hugo Boss, um anel na Gilles Fine Jewellery, umas botas na Timberland e umas calças na Calvin Klein...

Olhei para os canteiros e sorri com as novas cores que as flores plantadas pelo "mega pic-nic do Tony Carreira" trouxeram a esta avenida. Afinal, 2 dias de corte ao trânsito, acabaram por dar alguma alegria visual e acredito que toda a gente goste de ver estes canteiros floridos espalhados ao longo dos passeios.

Subi parando, de vez em quando, nos novos quiosques da Avenida da Liberdade, que trazem vida, música e atraem um público menos luxuoso, mas mais animado. O Banana Café animado com DJ's, o Melhor Bolo de Chocolate do Mundo - quem resiste em esquecer por um momento a dieta? -, o Hotdog Lovers, antes tínhamos de ir até ao guincho para prova-los, hoje em dia estão mesmo aqui no centro de Lisboa, e a Maritaca para trincar uma pizza e beber uma cerveja.

É verdade que comecei por dizer que a avenida está sem grande movimento, mas a verdade é que se passas lá a meio do dia, há pessoas, sim, mas com tudo o que há de oferta, deveria haver muito mais animação, mais burburinho, mais Champs Élysées. Já se tentou de tudo, acho que a cada dia está melhor e eu sou uma adepta fervorosa desta rua e de todas as iniciativas que lá são feitas. Mas quando a meio deste caminho, tropeço de cabeça por não me ter conseguido desviar a tempo de um dos muitos buracos espalhados pelo chão, como se se tratasse de um jogo da macaca, em que estás constantemente a saltar ao pé-coxinho... É quando pensas, o luxo está nas lojas, as flores nos canteiros, na animação dos quiosques, mas a câmara esqueceu-se de que o glamour não existe sem ser de saltos altos, e se não os podemos usar nesta rua, acabamos por não voltar.

Façam-me um favor e tratem do chão desta avenida, para que eu possa voltar a serpentear-me por lá, em vez de saltitar.

Special Agent Naughty


25 de janeiro de 2012

Desculpa

Como é que se pede desculpa quando se tem toda a culpa e isso não resolve nada?
De que vale a pena soletrar a palavra "Desculpa", para que serve? Para nos fazer sentir melhor, ou serve para que o outro se sinta melhor? Será, sequer, que serve para uma das duas? O erro está feito, para quê se isso não o apaga nem o resolve.

Por vezes a palavra desculpa é apenas um assumir da culpa, muitas vezes esse assumir basta, mas não faz esquecer. O assumir da culpa é muito pessoal, é de quem sente o seu peso, é de quem o carrega e quer poder aprender com ele.

A "desculpa", às vezes, parece que nem é merecida de ser pronunciada. É uma pena mais pesada quando decidimos leva-la connosco, quando decidimos que é vivendo lado a lado com ela que nos vai lembrar todos os dias que queremos ser melhores.

Às vezes a palavra desculpa é usada para aliviar a quem pede, e isso é uma forma quase egoísta de nos livrarmos do peso que estamos a carregar e quando o partilhamos, sentimo-nos mais leves, pois parte desse peso, acabamos por o transportar para ser vivido por outra pessoa.

Outras vezes é bom reconhecer o erro, admiti-lo sem fugir à responsabilidade. Saber dizer que errámos, que estivemos mal, tirar a tristeza da outra pessoa e fazer com que volte a sorrir.

Alturas em que a desculpa pede um abraço, um beijo ou até um grito a plenos pulmões para que toda a gente oiça que estamos arrependidos e que faremos tudo para mudar!

Mas a desculpa não apaga, não tapa, não faz desaparecer, é como um remendo, ele está lá, disfarçado, mas com outro tecido por cima, conta uma nova história sobre a que já existe.

Ninguém é perfeito, ninguém tem a capacidade de nunca errar, há erros ligeiros que passam no momento, há outros que ficam marcados para a vida, há aqueles que um beijo cura e os que nos moem e consomem e mudam a nossa direcção. Mas a cada erro, mais importante que os outros saberem que pedimos desculpa, é apercebermo-nos, nós próprios, do erro, saber encara-lo e tentar todos os dias da nossa vida, sermos pessoas melhores. 


Special Agent Naughty



24 de janeiro de 2012

Ser-se Perfeito

Hoje em dia ser-se inteligente, boa pessoa, simpático, bom trabalhador, bem-disposto, bom filho, bom pai, bom amante, bom marido, amigo do amigo, giro e generoso não é suficiente. Mesmo que sejamos tudo isto e ainda mais! Hoje em dia ou se é perfeito ou somos carta fora do baralho!

Todos queremos ser o melhor no trabalho, ser a mulher que se desdobra em 10 para estar em todas - até no ginásio, cozinhar bem, ter uma casa linda, um bom carro, levar o melhor kit para a noite, estar impecáveis e por aí fora! Eu não sei a vossa opinião - mas confesso que gostava de saber - mas isto a mim cansa-me!

Se repararem, há sempre alguém no escritório que trabalha mais do que os outros e eu tenho uma teoria em relação a essas pessoas. O trabalho puxa trabalho e quanto mais fazemos mais há para fazer e quanto mais o nosso chefe vê que trabalhamos (bem) mais nos enterramos... é um ciclo vicioso e um exemplo que se pode perfeitamente extrapolar à vida!

Quanto melhor somos e mais nos esforçamos mais nos é exigido e mais os outros esperam de nós!

Ora, eu que tenho um cabelo que tem vida própria e nunca está penteado começo logo mal! Depois, tenho um metabolismo lento, para mal dos meus pecados e um feitio tramado. Vivo numa casa alugada, desloco-me em bicicleta e não gosto de cozinhar. Ou seja, estou muitoooo longe da perfeição.

Eu sei que devemos ser ambiciosos q.b. e que o conformismo não fica bem a ninguém mas não devia haver um momento em que deveríamos estar satisfeitos? Gostar de nós como somos e passar dos planos que os outros tinham para nós? Nem todos temos de andar de porsche, nem casar aos 27.... se calhar nem é isso que queremos...

Eu estou para aqui com esta conversa mas confesso que ainda não desisti dos tão almejados 50 kilos.... mesmo depois de saber que se a Barbie fosse real, com aquelas medidas, não se aguentaria em pé....

Special Agent Drama


23 de janeiro de 2012

Um dia de crise

Já todos vivemos um dia de crise, aquele dia angustiante em que a ansiedade está á flor da pele, aquele dia em que os minutos são horas e os dias custam a passar. Parece que não estamos bem em lado nenhum e acabamos por preferir estar sozinhos, mas sozinhos a dor é maior, custa mais o tempo a passar, fica ali a demorar, a esticar o que pode, deixa-nos num remoinho sem fim, em que a nossa cabeça entra num ciclo de desespero e ansiedade que não sabemos como controlar.

Tentamos todos os métodos para que a distracção nos tire a aflição, filmes que não conseguem prender-nos a atenção, jogos que nos criem ritmo que ocupe a mente, corremos/passeamos para arrefecer a cabeça, conduzimos até nos perdermos, olhamos o mar para nos sentirmos vivos e pequenos, para que a dor se torne insignificante, e em todos os casos, chegamos à conclusão que estamos no mesmo ponto de onde partimos, a dor mantém-se e a ansiedade não passou.

É uma dor pequenina que se instala à volta do coração, que o aperta, quase dá para sentir onde é. Começa pequena, como uma luz de presença, que está ali para ficar, depois aperta, sufoca e quase que nos tira o ar, aumenta e diminui, mas mantém-se quase insuportável, como uma gota que nos cai na testa, que por mais leve ou intensa, deixa-nos loucos de dor.

Essa dor, não nos deixa pensar razoavelmente, não nos deixa estar lúcidos, deixa-nos fora de controlo. Tentamos controlar o pensamento, arejar o psicológico de forma a clarear ideias, mas a dor continua lá, presente.

O nosso pensamento está em transe, nada o consegue distrair, nada o consegue ocupar, o corpo fica hirte, a mente desligada do racional, o lado emocional enche todos os poros do corpo como uma praga que se alastra em todas as direcções do que nós somos. Deixa de existir diferença entre o corpo e mente, somos um só totalmente controlados por emoções. Custa a respirar, aperta o coração. Custa comer, o estômago não quer trabalhar, apetece chorar, mas não queremos deixar-nos ir com a dor. A cabeça não pára, não desliga, não conseguimos adormecer, estamos tensos sem fazer nada, contraídos na aflição.

Já todos vivemos estes dias, que acabam com a solução que esperamos, qua acabam de repente quando achamos a resposta, ou encontramos bem, aquilo que era a nossa preocupação. Ás vezes demora uns dias a passar, vai deixando devagarinho o nosso corpo que é ocupado pelo batalhão do racional, mas deixa uma magoa, uma névoa a pairar, um medo de voltar a sentir. O medo é tão grande que preferimos esquecer o momento de crise e tentamos apagar da memória o sentimento angustiante que vivemos.

Odeio dias de crise!

Special Agent Naughty



新年快樂

Feliz ano do Dragão!!!!!


E porque hoje somos todos cavalos, ratos, tigres, cabras, etc achei importante partilhar esta lenda com vocês:

Lenda do Zodíaco Chinês:

Existe uma velha lenda Chinesa, segundo a qual Buda convidou todos os animais do seu reino para uma reunião em que seriam designados os 12 primeiros animais a chegar, como signos de um ano, respectivamente.
Na noite que antecedia o encontro, o Gato falou com o seu companheiro Rato e combinaram que o que acordasse primeiro na manhã seguinte devia acordar o outro para que fossem juntos à reunião. Contudo, o
Rato quebrou o seu compromisso com o Gato e chegou ao encontro sozinho, sendo o primeiro a chegar. Depois, seguiu-se o Boi, o Tigre, o Coelho, o Dragão, a Serpente, o Cavalo, a Cabra, o Macaco, o Galo, o Cão e, finalmente, o Porco. Quando o Gato acordou e chegou ao local da reunião, esta já havia terminado. Diz-se que é esta a razão pela qual o Gato mata o Rato.


Nota: Se carregarem nos vossos signos, ficam a saber o que vos reserva 2012

Nota 2: A imagem em anexo é um presente de ano-novo para as/os que gostam de homens musculados, rapados e de tanga.... not my case, though....

Special Agent Drama



 

20 de janeiro de 2012

Amanhã não vou ligar!

Que fique claro que eu não quero traumatizar ninguém!

Com tanta história de mulheres tristes porque ele nunca ligou, pediu o telefone e até se entenderam bem. Acabei eu por ficar obcecada por não querer ser responsável por alguém se poder magoar, apenas porque alimentei algum interesse momentâneo.

E assim foi, no momento em que me beijou só pensei: e agora, como lhe explico que isto não é para continuar? Tenho de lhe explicar, não vá ele entender tudo errado e criar expectativas.
Tanto pensei que não consegui dizer mais nada – Agora a sério, amanhã não tens de me ligar, nem eu a ti. Isto que se está a passar entre nós, não é nada!–, bonita frase!

Quão estranho, isto pode ter soado vindo de uma mulher que depois de uma longa conversa, interessante, animada, sedutora, acaba de ser beijada e retribui?

A verdade é que me saiu, e para que a mensagem ficasse mesmo clara, decidi repeti-la várias vezes. Simpática! No fim ainda falei qualquer coisa como - Estás a perder o teu tempo - ...?!

O que é facto é que resultou, nunca ligou, e eu nunca tentei ligar. Mas confesso que pensei, se não teria sido um pouco exagerada e se não lhe devia, pelo menos, um pedido de desculpa. Mas acabei por decidir que era melhor não alimentar mais nada, assim acabava por ser um acontecimento isolado sem importância, e um dia quando nos voltássemos a ver, se nos voltássemos alguma vez a reencontrar, falaríamos normalmente.

A verdade é que esta minha solução não foi a melhor, digo até, para não repetir e por favor, que ninguém a repita. Não foi melhor do que não dizer nada no dia seguinte. Pode ter sido até pior. Porque na verdade acabei por fazer o mesmo, ou seja, não disse nada na mesma, e ainda piorei, quando passei o tempo todo em que estivemos juntos a avisa-lo que não me dissesse nada a mim, porque eu não tencionava dizer-lhe mais nada. O que deve passar na cabeça de alguém quando ouve uma barbaridade destas?

Comportei-me como todos aqueles homens que criticamos, mas com a ajuda que passei a mensagem da forma mais directa que consegui, concluindo que há coisas que não se dizem, deixam-se subentendidas (que é o que eles fazem, basta ver os sinais: não pedem o número de telefone, não dizem que tencionam voltar a ver-te, não te falam assim muito sobre eles próprios...).

Acredito seriamente que em alguns casos até pensem, como eu pensei no dia seguinte, que podiam enviar uma mensagem, ou dizer alguma coisa, mas tal como eu, a dúvida aparece – o que adianta? Ainda estrago tudo o que já está claro, planto uma esperança e lá tenho eu de voltar a ser sincera ou a magoar ainda mais – e acabam por deixar como está, que é o melhor para os dois, e depois um dia logo se vê.

Por isso da próxima vez que alguém não ligar, pensem que é melhor assim e ficam parcialmente traumatizadas, pelo menos gostaram os dois do momento. Melhor do que serem avisadas desde logo que não estão nada interessados, mas que estão apenas, a querer, naquele momento, dar umas beijocas.

Perdia a graça toda!

Special Agent Naughty

19 de janeiro de 2012

Uma mulher não ameça, vai avisando lentamente

Lembras-te de todas as vezes que ameacei que te largava, que queria deixar de te ver, que não fazia sentido, que isto não era bom para mim?

Eu nunca estive a ameaçar, apenas a tentar informar-te que o ia fazer, mas que ainda não tinha tido coragem.

O processo de despedida é um dia de cada vez, enquanto tu (homem) achas que deve ser de um momento para o outro, de forma drástica, eu (mulher) não sei ser radical, sofro com isso e magoa-me mais. Por isso vou te dizendo, tu vais achando que eu falo da boca para fora e não fazes nada para mudar. Eu devagar, muito lentamente, vou-te deixando até não haver volta a dar.

Quando voltares a ouvir isso, numa próxima vida, lembra-te de mim, e começa logo a mudar.

Special Agent Naughty

18 de janeiro de 2012

Tem calma!

Há coisa mais irritante do que te dizerem para teres calma?
Parece que nos estão, ao mesmo tempo, a sussurrar no ouvido – irrita-te, apetece-me mesmo ver-te irritada!
Se não era esta a intenção, o efeito é o mesmo, ou talvez seja até pior.

É uma descarga eléctrica com efeitos imediatos, só conseguimos pensar – agora é que estou mesmo irritada, e foi só por teres dito essa frase, até aqui até estava bem calma!

Agora mais a sério: qual é a ideia?
Eu não conheço, no mundo, ninguém que não fique irritado quando se diz a meio de uma discussão ou conversa mais acesa – tem calma! – Bem talvez possa estar a exagerar um bocado, um chinês não ia entender o que lhe estava a dizer, a não ser que já fosse a segunda geração a viver em Portugal, mesmo assim..., talvez só na terceira.

A próxima vez que decidirem dizer essa frase, pensem primeiro, e tenham a certeza que a intenção seja enervar profundamente o vosso receptor. Se estão conscientes disso, óptimo! Força! Se não era essa a ideia, então não se queixem.


Special Agent Naughty

Blind date

Aos poucos o blind date é uma forma alternativa que acaba por ganhar expressão com o acesso global à internet. Solteiras e solteiros de todas as idades utilizam nem que seja por curiosidade este método. Claro que existem formas mais fáceis de blind date, pode ser marcado por uma amigo que conhece ambos e achou que poderia funcionar. Mas a mais usual é mesmo o contacto, aparentemente sem querer, através de um qualquer programa de chat. Adicionam, fingem ou não que conhecem e tentam uma abordagem.

Ouvindo vezes sem conta histórias de encontros, relacionamentos, amigos para a vida que começaram através de um blind ou semi-blind date, a partir de certa altura repensamos a nossa forma de estar. A verdade é que uma pessoa quer estar na moda, não quer ser old school e com o Facebook e tantas formas novas de conhecer perfeitos desconhecidos, o blind date começa a ser uma hipótese a ponderar.

E lá está aquele rapaz que me adicionou, sem eu o conhecer de lado nenhum, mas que até acabei por aceitar dado que parecia bastante engraçado em todas as fotografias. Envio a típica mensagem a perguntar de onde o conheço, conversa puxa conversa e salta um convite para jantar.

Respirei, pensei, ponderei... E vamos embora!

Nas varias conversas que trocámos, foi me dando algumas informações, o que fazia, onde vivia, os tempos livres, até o carro que tinha (falou num Audi A3) e sinceramente pareceu-me (independentemente do carro) que tinha características com as quais poderíamos vir a ter um bom jantar. Percebi que tínhamos amigos em comum, tentei tirar algumas informações sem querer ser clara, as opiniões foram vagas mas positivas, podia ter tentado aprofundar mais, mas às vezes não queremos que nos estraguem o que a nossa imaginação já desenhou.

Combinámos que vinha buscar-me a casa. Quando saí procurei o tal Audi que falou, e fui encontra-lo junto a uma Cangoo, não tenho nada contra Cangoos, mas para quê dizer que tem um carro que não tem. Cumprimentei-o e a primeira coisa que percebi é que era bastante fotogénico, uma vez que toda a sua aparência destoava bastante das fotografias. Condenei logo o jantar antes sequer de começar.

Instalei-me no carro, que tresandava a cigarros, senti-me logo mal disposta. Para quê perder tempo neste jantar se já não tinha qualquer disposição para ele? Arrancámos em direcção ao restaurante, que com algumas indecisões lá acabou por escolher um numa zona movimentada da cidade.

Sentamo-nos, fizemos o pedido e o pensamento de "quando é que isto acaba" não passava. Não havia conversa que fluísse naturalmente, não encontrámos qualquer assunto em comum, não concordávamos com nada, e tudo o que inicialmente tínhamos falado através de chat, não tinha nenhum fio condutor, eram duas pessoas totalmente diferentes, a que estava atrás de um teclado, versos a que estava à minha frente.

O jantar não melhorou, eu já não estava a tentar fazer um esforço. Não tínhamos nada em comum e parecia que tudo o que me tinha dito anteriormente a este encontro, se desfazia em catadupa diante de mim. Cheguei mesmo a ponderar se estaria a jantar com a pessoa certa.

Despachado o jantar não voltámos a falar. Não sobrou qualquer vontade de mantermos uma conversa. Era como se duas pessoas de mundos totalmente opostos, sem nada em comum, que não falam a mesma língua, se tivessem juntado durante 2 horas em que tiveram de tentar comunicar, mas sem qualquer resultado.

Passou! Passou e ainda bem!

A verdade é que antes de um encontro com uma pessoa que não conhecemos inventamos uma personagem, damos-lhe forma através das poucas fotografias que temos acesso, damos-lhe voz, maneira de estar, imaginamos todo um contexto e no momento em que conhecemos a pessoa, nada se enquadra no quadro que pintámos. Pode surpreender, ou pode, no meu caso, desiludir.


Conclusão: o blind date não é para mim!



Special Agent Naughty

17 de janeiro de 2012

Adeus, até sempre!

Depois de ter escrito que é bom saber dizer adeus, andei de um lado para o outro, sentei-me, levantei-me, subi as escadas e desci, olhei pela janela e reflecti... e cheguei à conclusão que estava mesmo na altura de dizer adeus!

Liguei o iPod no máximo e fui correr, sem controlar o tempo, sem pensar quando parava ou até onde ia, corri para tomar a decisão, queria ter consciência que conseguia, que não ameaçava, que estava consciente que era desta, e quando dei a volta para trás, já estava decidida!

Cheguei a casa, liguei a umas amigas, combinei com uns amigos, porque sem eles não teria a mesma graça, arranjei-me e saí para jantar.

Quando tomamos uma decisão, não vale a pena anunciar ao mundo, ameaçar que se vai mudar, avisar que pode acontecer, porque quando o fazemos, apenas estamos a tentar arranjar desculpas para não ir em frente com a nossa decisão. Toma-se e depois de termos conseguido, podemos partilhar.

Não falei com ninguém sobre a minha decisão, apenas aproveitei o momento, senti que era o meu primeiro dia, o dia em que eu tomava uma nova direcção. Senti-me forte e segura, senti que estava a fazer o melhor. Incentivei-me sentindo-me corajosa e viva.

Quando cheguei a casa, olhei-me ao espelho vaidosa por sentir que tinha conseguido. Não deitei uma lágrima, até me senti orgulhosa de ter sido tão forte. Sim, tinha definitivamente dito adeus ao meu casal de periquitos que habitava a minha varanda. Abri a porta da gaiola, eles saltaram logo cá para fora, ainda olharam para trás, mas logo voaram e perderam-se entre a copa das árvores à frente da minha janela.

Custou, mas sei que estamos todos melhor assim!

Special Agent Naughty

Descobri que sou solteira

Acordas um dia e vês-te com um novo estado civil, que nunca constou nem alterou no BI, mas que muda totalmente perante o olhar dos outros e no espaço vazio que fica ao teu lado. Passas assim da "namorada de..." para "solteira".

Depois de anos de relações, não sabes como é ser uma "solteira", vês-te lançada às feras que esperavam por sangue fresco, acabadinho de chegar ao mercado, olhas em volta assustada e a primeira pergunta que surge é - "Agora que não tenho um homem que me proteja como me vou defender?"

Pouco tempo depois descobres, e arranjas a tua fórmula, crias carapaças e tanto és bruta e afastas constantemente os homens que tentem alguma aproximação, como andas sempre com outras solteiras ao lado para que possas despachar tudo para elas, ou juntas-te à brincadeira, alinhas e ris-te, mas às vezes no dia seguinte choras e acabas por começar aos poucos também a repudiar...

Vais tentando movimentar-te dentro dessa carapaça, que umas vezes serve lindamente, mas que noutras alturas sentes que está vários números a baixo, e que já devia ter sido trocada, porque já está fora da tua medida.

Pouco e pouco vais escolhendo que tipo de solteira queres ser:


- A solteira que se mantém devota, sei lá a quê, a Deus, talvez. Que insiste que se deve comportar como uma mulher casada porque as suas amigas estão casadas, e decide que os solteiros são para as amigas e nunca pondera que possam ser para elas. Porque ela está a guardar-se de forma quase santificada para o homem que espera;

– A que não sai de casa, que acredita que tem um destino traçado e que quando tem de ser tem muita força e mais tarde ou mais cedo ele irá aparecer;

– A que procura o homem para casar, já nem pensa em namorar, tem de ser o homem certo, que já vem com todos os requisitos preestabelecidos e nem vale a pena perder tempo com os outros todos que, não sei como, vê logo que não são "o certo";

– Há a solteira que decide aproveitar logo desde o primeiro dia tudo o que não viveu em todos os anos em que esteve "casada" e numa de vingança, de tentar esquecer ou por e simplesmente porque quer é curtir a vida como lhe apetece no momento, decide não procurar um homem para casar e viver o momento. Assume em pleno, que se os homens podem ser mulherengos, as mulheres podem sê-lo também.

A verdade é que a maior parte das vezes acabas por ser uma de cada consoante a fase em que estás.

Ser solteira é quase como ter síndroma de tripolaridade:

• Às vezes adoras, sentes-te lindamente, independente, feliz, segura, cheia de auto-estima, o melhor que podias estar a viver;

• Outras sentes-te triste por estares sozinha, gostavas de já ter alguém, de não ter sido deixada para última, de teres tido uma história mais fácil, de estar casada, já com filhos...

• E outros dias queres é divertir-te e no dia seguinte sentes-te mal, condenas-te porque já não queres ser a solteira atrevida e optas novamente por voltares a estar devota, mais tarde já estas há tanto tempo em casa à espera que o destino faça o seu papel e decides ir para a rua procurar o homem para casar.


Ser solteira é tudo isto, um misto de emoções, gostas, mas não sabes se devias, odeias mas queres aproveitar.

Sabes que mais?

Não penses demasiado, isso não te vai trazer a pessoa certa mais depressa, vai é fazer-te baixar o teu padrão e acabas com uma meia vida, um médio amor, e uma coxa relação. Aproveita, dá um prémio ao melhor engate, procura o melhor beijo, conhece o maior galã, faz um estudo sociológico minucioso sobre as conversas que os homens usam para se aproximarem de uma mulher. Vai vivendo sem pressa, vive o dia, ri-te com ele, mas não chores no dia seguinte.

Faz o que te apetece!


Special Agent Naughty

13 de janeiro de 2012

Saber dizer adeus

Há que saber largar.

Há sempre um dia em que temos de nos despedir, dizer adeus, virar costas e seguir em frente. Dói sempre, não se espera outra coisa. Há recordações, momentos que ficam para sempre guardados na nossa memória, que não queremos esquecer porque queremos reviver um milhão de vezes. Momentos que nos tiram a respiração na hora de os largar, no momento em que passam de presente para passado.

Não podemos eternizar nada, apenas em memória, guardar tudo bem guardado numa gaveta escondida do nosso sótão, para só voltar a abrir quando pudermos voltar a sorrir com essas recordações. Até lá ficam guardadas, para que não sejam lidas e relidas vezes demais e se acabe por apenas se viver delas e não se escreverem novas histórias.

Há que aprender a dizer adeus, saber que foi bom ter vivido, que toda alegria valeu por mil dias de choro. Deixar lá para trás, como uma outra vida, que foi vivida intensamente, saboreada e apaixonada, mas que faz parte de outra pessoa, que já não somos nós, já fomos, mas não somos mais.

Não deixem fugir o que pode começar hoje porque ainda estão agarrados a ontem. O passado nunca será esquecido, a dor irá ficar durante algum tempo, permanecera connosco, até ser apenas parte do que nós somos, mas sem nos impedir de começar um novo motivo pelo qual um dia também iremos chorar por ter de dizer adeus.

É difícil a despedida, mas às vezes ela é apenas um novo começo. Deixem que a vida vos surpreenda, entreguem-se ao futuro e larguem o passado. Não chorem na despedida, mas brindem ao futuro que começa.

Special Agent Naughty


12 de janeiro de 2012

É desta!!!

Depois de me ter comprometido aqui, seguir religiosamente os conselhos do Dr. Duncan e ter falhado redondamente, resolvi levar isto de ser uma boazona à séria e acabar com as "tosses" de uma vez!

Comecei bem: Tenho ido malhar para o gym, fui a um nutricionista e amanha tenho um "date" com um personal trainer! O que estragou tudo foi o nutricionista que, numa de animar, disse que eu estava magra e dentro do peso. Eu não vou lá com falinhas mansas e preferia mil vezes que ele me tivesse chamado "vaca" ou me tivesse dito "o próximo passo é começares a rebolar" porque, na realidade, só resolvi ir visitá-lo por me sentir assim. E estava bastante mais motivada com isto de deixar de ser chubby antes de conhecer este homem.

A verdade é que comecei a dieta há 2 dias e meio e já me apetece desistir. E por isso é que vim aqui escrever isto! Para ver se me distraio e paro de pensar em chocolates, se ganho vergonha na cara - de uma vez por todas - e  amor ao dinheiro que deixei no consultório do "Doutor"....

Special Agent Drama





Medo de assumir compromissos

Porque temos tanto medo de assumir um compromisso? Um compromisso é o que sentimos hoje, agora, que hoje queremos construir amanhã, mas sem saber se realmente vamos conseguir construir.

Construir é isso mesmo, um passo de cada vez. Assumir um compromisso é só uma vontade de continuar, dar segurança sobre sentimentos, sobre o que se quer, não é uma corda ao pescoço para o resto da vida. Só estaremos juntos enquanto for bom, enquanto ambos quisermos. Deixará de fazer sentido quando um de nós já não estiver bem, não gostar ou não sentir que é esse o caminho.

Assumir é, também, dar uma oportunidade ao amor. Deixar perceber até onde ele nos vai levar. Já é tão difícil sentir alguma coisa, sentir mais do que aquele sentimento de achar graça, sentir que queremos passar tempo com alguém que nos faz sentir bem, que nos faz vibrar por dentro, que torna os nossos dias inesperados. Porque não deixar crescer, surpreender, ver se vale a pena? Por medo.

Para que é que passamos a vida a procurar sem sabermos o que procuramos, à espera do que não deixamos revelar-se? Acabamos por fugir constantemente ao que não acreditamos ter encontrado. Quando é que sabemos que encontrámos? Não sabemos, descobrimos.

Temos medo de magoar, de dar demasiadas expectativas, de não nos fazermos entender, mas na verdade temos é medo de não corresponder, de nos magoarmos e de falhar novamente. Isso faz com que cada vez mais tenhamos dificuldade em arriscar, preferimos não criar expectativas, ir conhecendo sem pressão, não dar demais para não nos comprometermos, e depois... se acontecer, acontece.

Mas assim não acabamos na mesma por magoar, porque não somos sinceros dos nossos sentimentos e só confundimos quem está connosco? E, não acabamos por nos magoar a nós próprios, quando arriscamos a perder aquilo, pelo qual, na verdade até estamos a apostar, mas em silêncio? Porque a verdade é que acabamos por não dar o suficiente, não mostrar o que sentimos. Isso gera insegurança, cria dúvida e o reflexo natural é protegerem-se de nós.

Não é isto tudo uma grande treta?

A solução talvez seja sermos sinceros desde o primeiro momento, dizer que queremos hoje mas temos medo do amanhã, ir devagar, mas indo. Pôr de lado o medo de dizermos que já não gostamos, deixar de parte o medo de nos magoarmos, de não nos quererem, de falharmos, de não ser aquilo que imaginámos. Pelo menos tentámos, sonhámos e desejámos. Arriscámos em ser novamente felizes num compromisso.

Para podermos amar é preciso entrarmos cego num jogo, que para ganhar é preciso perdermo-nos de nós mesmos.

Temos de voltar a arriscar!


Special Agent Naughty



11 de janeiro de 2012

O que escolherias tu?

O que procuras é um Leão. 
Esperas, esperas, esperas e ele nunca aparece. 
Um dia encontras um Lince, ficas com ele ou continuas à procura do leão e acabas por correr o risco de ficar sozinha? 
– Prefiro esperar pelo leão!


Special Agent Naughty


10 de janeiro de 2012

Os extremamente "Bem-Dispostos"

Já vos falei aqui das "mal-amadas", pessoas mesquinhas que não gostam da vida que escolheram, nem de ninguém. Hoje, quero-vos falar do pólo oposto, pessoas que são igualmente irritantes por gostarem de tudo e de todos e por serem irritantemente felizes: OS extremamente Bem-Dispostos!

Os Bem-Dispostos acordam a rir, têm sempre um sorriso e são, em geral, bons companheiros de trabalho! Dão bom ambiente e são simpáticos. Até aqui tudo bem, eu diria mesmo, perfeito. O pior é quando os "Bem-Dispostos" se tornam extremamente bem-dispostos e começam com o "o que é que te passa?" quando não passa nada, elogiam quando é despropositado e continuam de sorriso em haste quando o mundo está a desabar.

Geralmente este tipo de pessoas são descritas pelos amigos como "bem-dispostos" porque pouco mais há a acrescentar. Felizmente há poucos destes e, para meu regozijo, são cada vez menos.

É óbvio que é bom e bonito ser-se feliz e andar com um sorriso na cara mas é mesmo necessário impingir esta postura aos outros? E, por acaso, alguém os obriga a comportarem-se como palhaços 90% do tempo?

O "Bem-Disposto", como o próprio nome indica, gosta de espalhar boa-disposição e, por isso, é sempre o mais insistente na hora de combinar um programa "anda lá beber um copo" - diz o BD; " Hoje não me apetece, melhor amanha"; "anda lá, vai ser giro" diz o bem-disposto;" anda lá, Eu acho que te ia fazer bem", replica o  extremamente BD. É nestas alturas que eu não os suporto... " que me ia fazer bem??? Mas se eu estou bem...". Até o leitor mais desatento reparou quem é que precisa de um bom copo mas, como ele é um Extremamente Bem-disposto não podemos responder porque se não só lhes estamos a dar razão e porque sabemos que vamos ficar com o papel do mau da fita. Porque toda a gente se compadece dos Extremamente BD's e depois vem a lenga lenga do "ele só queria ajudar".

Há outra coisa nos EBD's que me irrita, como estão sempre a rir podem dizer o que lhes apetece mas, quando lhes toca a eles, são tipo flores de estufa a quem não se pode dizer nada. São extremamente sensíveis, ficam tristes, vitimizam-se e sacam logo do " eu nunca lhe diria isso a ela" por mais insignificante que seja a coisa que lhe tenhamos dito. Repararam que inclui uma 3ª pessoa no diálogo? Foi de propósito, porque os extremamente bem-dispostos evitam o confronto e chamam sempre uma terceira pessoa ao barulho e, como eles nunca fazem nada "por mal", a terceira pessoa acaba por lhes dar razão.

Eu, como toda a gente, gosto de pessoas felizes e bem-dispostas mas também sei que ninguém está sempre feliz e que não há motivos para rir sempre e a toda a hora. Também sei gostar dos outros com todos os defeitos que possam ter e gosto de poder discutir os assuntos com os meus amigos, de forma saudável. Gosto que os meus amigos contem comigo para os ajudar e saber que posso contar com eles. Porque uma relação saudável é isso mesmo, é um "toma lá dá cá" constante, é construída sobre alicerces fortes e não desaba à primeira opinião contrário ou defeito, ainda que grave.

Não me interpretem mal, adoro pessoas felizes, bem dispostas e que contagiam os outros com energias positivas. O que me irrita são as pessoas que invadem o meu "espaço", que tentam impor um determinado comportamento e que esperam que eu esteja sempre a rir, como elas fazem. Que não dê a minha opinião quando é contrária à maioria, que não me queixe, que não tenha problemas ou dúvidas... no fundo, que eu mude de personalidade e adopte a delas! Logo eu que nunca gostei de palhaços....

Special Agent Drama



Temos que falar...

Temos que falar...

Onde é que eu já ouvi isto?
Não há outra frase mais original para dizer, "Isto assim não está a dar, temos de acabar".

Depois já sabemos o que vem a seguir:
- Não és tu, sou eu. Tu és uma pessoa muito especial e eu sou um parvo em não ficar contigo, mas tu és muito melhor do que eu e eu não te mereço!

Que és parvo já eu sei, só esta conversa mostra bem o teu QI, é que não é muito original. Só a primeira frase já eu uso faz tempo, só quando quero deixar um homem inseguro, até porque qualquer pessoa já sabe que quando se diz "temos que falar" quer dizer que a relação vai acabar, ou que qualquer coisa tem mesmo de mudar. Aprendemos logo na primária, quando o nosso primeiro ditado tem mais erros do que era de esperar, a professora debruça-se sobre nós e diz-nos, - Temos de falar no fim da aula! - e nós sabemos logo que vem aí coisa má!

Aí, já começaste a perder pontos. Depois vem a conversa tonta de me pores num pedestal como se fosse isso que eu quisesse ouvir para ficar menos magoada. Magoada eu vou ficar, e não é por me dizeres que eu sou melhor ou pior que vai aliviar. O que eu sou já eu sei, só fico magoada por perder uma pessoa de quem gosto.

"Não és tu, sou eu" - Brilhante! Que és tu já eu sei, eu nem estou a dizer nada, tu é que estás a falar, ainda não preciso que me traduzam tudo o que me estão a tentar dizer, mas se achas que isso facilita, tu lá sabes.

Então temos de falar não é? E se eu adiar, fingir que não é comigo, combinar num cinema ou no meio de uma conferencia budista em que não se pode falar para não distrair as meditações à nossa volta? E se eu passar a fazer programas em que estamos juntos, mas não podemos abrir a boca, o que vais fazer? Vais desistir? Não vais ter a grande conversa que é tão importante para não seres dado como "mau da fita"?

Poupa-me! Vai lá à tua vida e deixa-me em paz. Não avises que temos de falar. A única coisa que podias fazer é mostrar que és homem, aparecer e falar, tudo de uma vez e de forma mais sincera, sem blá blá blá! Mostra que tens coragem, deixa-me de boca aberta, surpreende-me, para que eu possa ter orgulho na pessoa com quem estive algum tempo da minha vida, encaixo mais facilmente a realidade, de que tu não queres mais estar comigo, e deixo-me de fantasias.


Special Agent Naughty




8 de janeiro de 2012

Deixem lá os ex's no passado e olhem para o futuro

Ao longo da nossa vida já tivemos namorados, casos ou apenas alguém por quem sentimos em tempos alguma atracção.

Sentimos, mas já não sentimos.

Os namorados passaram a ex-namorados, os casos a ex-casos, e aqueles que mexeram connosco, deixaram de mexer. Mas a sociedade não vê assim e acho que as próprias pessoas envolvidas também não conseguem aceitar que já são passado e que aquela pessoa que um dia gostou de nós possa já não gostar, nem mesmo um bocadinho.
É um sentimento egoísta e quase de egocentrismo, mas todos querem ser o tal namorado/caso que foi tão especial que a outra pessoa nunca o conseguiu esquecer.

Eu aceito que há uma ou outra pessoa, que passou pela nossa vida, que teve um papel importante e mexeu muito connosco, que iremos sempre sentir qualquer coisa para o resto da vida. Mas isso não quer dizer que seja amor, pode ser apenas carinho. Há outros casos de relações mal resolvidas, de amores nunca curados, de paixões platónicas, sentimentos que perduram no tempo. Mas isso são excepções e nem toda a gente tem um ex de quem continua a gostar. O facto de terem sido especiais durante uma determinada fase da nossa vida, não quer dizer que tenham de continuar a ser para sempre. Quando continuamos a gostar durante mais tempo do que aquilo que é dito de "normal", não faz com que se tenha gostado mais ou menos, apenas que ficou mal resolvido.

Mas a verdade é que sempre que, sem querer, te cruzas com um ex-qualquer-coisa num ambiente em que não estás sozinha, as pessoas à tua volta, sentem-se na obrigação de te avisar, quase como se tu fosses ficar incomodada ou como se fosse bom para ti. Nunca se sabe bem o que dizer nessas situações, até porque às vezes a pessoa não teve assim uma grande importância e noutras tu até preferias não ser lembrada com a ex dele.

Não levamos todos os nossos ex's para a vida, não ficamos eternamente a gostar deles, daí serem ex's! Com alguns até criamos boas relações de amizade, por isso era bom que não nos lembrassem que fomos namorados em tempos, porque o que ficou é bem mais importante. Com outros nem falamos, porque não fez sentido, porque não temos assim tanto a ver ou simplesmente porque nos respeitamos e percebemos que era melhor assim.

E também seria bom que esses ex's se apercebessem que são isso mesmo - ex's - e que a nossa vida continuou e que o facto de estarmos ali ao lado não é porque ainda gostamos, é apenas porque nos apetece ou porque calhou. E se ligamos, falamos ou enviamos uma mensagem de bom Natal, é porque gostamos da pessoa que vocês são, daí terem feito parte da nossa vida, mas não mais do que isto. Não há qualquer segunda ou terceira intenção.

Claro que gostámos, em alguns casos gostámos mesmo muito, noutros tivemos mesmo uma grande pancada, mas acabou, já passou, agora já não é possível voltar a gostar a sentir o mesmo, nem parecido. Foi uma fase que passou e ainda bem que passou, porque senão seria estranho.

Por isso deixem lá os ex's-qualquer-coisa em paz, porque nós já não gostamos deles e não estamos muito interessadas onde é que eles estão, o que estão a fazer, com quem estão e como estão as relações deles.


Special Agent Naughty