26 de janeiro de 2012

Glamour sem saltos altos na Avenida da Liberdade

A passear na Av. mais luxuosa de Lisboa, e numa das 10 mais do mundo. Percorri as montras das lojas para ver se os saldos me atraiam e à espera de ver a rua com mais movimento. Estava igual, sem grande movimento de pessoas, contrastando habitualmente com o dos carros.

Comecei no Pinóquio onde almocei, onde não resisto em picar as gambas ao sal, as amêijoas à bulhão-pato e o pica-pau. Depois fui passear, sem pressa pela avenida, espreitando umas montras das lojas mais caras, que olhavam para mim e diziam - nem com saldos podes entrar que não sou para o teu bolso - e eu lá fui andando, sonhando com aquela carteira da Louis Viton, com o lenço na Gucci, com um vestido na Hugo Boss, um anel na Gilles Fine Jewellery, umas botas na Timberland e umas calças na Calvin Klein...

Olhei para os canteiros e sorri com as novas cores que as flores plantadas pelo "mega pic-nic do Tony Carreira" trouxeram a esta avenida. Afinal, 2 dias de corte ao trânsito, acabaram por dar alguma alegria visual e acredito que toda a gente goste de ver estes canteiros floridos espalhados ao longo dos passeios.

Subi parando, de vez em quando, nos novos quiosques da Avenida da Liberdade, que trazem vida, música e atraem um público menos luxuoso, mas mais animado. O Banana Café animado com DJ's, o Melhor Bolo de Chocolate do Mundo - quem resiste em esquecer por um momento a dieta? -, o Hotdog Lovers, antes tínhamos de ir até ao guincho para prova-los, hoje em dia estão mesmo aqui no centro de Lisboa, e a Maritaca para trincar uma pizza e beber uma cerveja.

É verdade que comecei por dizer que a avenida está sem grande movimento, mas a verdade é que se passas lá a meio do dia, há pessoas, sim, mas com tudo o que há de oferta, deveria haver muito mais animação, mais burburinho, mais Champs Élysées. Já se tentou de tudo, acho que a cada dia está melhor e eu sou uma adepta fervorosa desta rua e de todas as iniciativas que lá são feitas. Mas quando a meio deste caminho, tropeço de cabeça por não me ter conseguido desviar a tempo de um dos muitos buracos espalhados pelo chão, como se se tratasse de um jogo da macaca, em que estás constantemente a saltar ao pé-coxinho... É quando pensas, o luxo está nas lojas, as flores nos canteiros, na animação dos quiosques, mas a câmara esqueceu-se de que o glamour não existe sem ser de saltos altos, e se não os podemos usar nesta rua, acabamos por não voltar.

Façam-me um favor e tratem do chão desta avenida, para que eu possa voltar a serpentear-me por lá, em vez de saltitar.

Special Agent Naughty


Sem comentários:

Enviar um comentário