9 de abril de 2012

Gosto de ti e não posso

Tantas vezes te tento esquecer ou fingir que não gosto e quando te vejo, volto a sentir aquele nervoso miudinho de quem gosta de alguém que não tem.
Quando estou longe tento esquecer-te, mas penso diariamente em ti, ao mesmo tempo que tento impingir a mim mesma que não posso alimentar este sentimento.

Eu sei que não te posso ter, que não posso ficar contigo, por mim e por ti, mas gosto e por mais que me afaste, quando te vejo, volto a sentir tudo outra vez. Não sei controlar o sentimento quente que me cresce no peito, sobe pela garganta até roborizar as minha faces. Fico inquieta, pensativa, distante sem estar, por querer prolongar para sempre aquele momento e saber que mais cedo do que mais tarde, ele vai acabar e eu vou-me magoar e vou te perder.

Penso mil vezes em não te voltar a ver, em me afastar de vez, mas sei que não resisto, que quero sempre só mais uma vez, mentindo-me que é a última ou que desta vez não me vou magoar. Mas magoo e nunca é a última.

Tento de mil e uma formas dizer-te para te afastares, que me ajudes a afastar-te de uma vez por todas, porque eu não consigo. Mas tu nunca entendes, pedes-me sempre para ficar, achas que eu consigo controlar os sentimentos, e eu, quero perder-me nos meus sentimentos, deixa-los fluir, solta-los livremente, fazer o que o coração me pede. Depois oiço-te dizer ao meu ouvido, quase como se fosse uma prova de amor - estou aqui agora - , como quem diz, que depois não estarás. Eu, choro por dentro.

Volto a querer-te longe, mas é mais fácil ter-te ali abraçado a mim naquele momento, do que saber que podia estar e não estou. Sossega o meu coração o teu braço à minha volta, os teus olhos cravados em mim, ouvir o som da tua voz, ou apenas o peso do teu corpo no colchão ao meu lado. Mas no dia seguinte quando vais embora e a minha cama volta a ficar vazia, eu volto a tentar esquecer-te.

Nunca te quero dizer adeus para sempre, mas todas as vezes que te abraço é como se fosse a última. Despeço-me em silêncio. Olho para ti enquanto dormes e tento decorar cada traço teu, que sei que vou querer esquecer a seguir. Luto contra mim, porque te quero e não te quero, por não te querer perder todas as vezes que estou contigo, para nunca mais te querer cada vez que não estou.

Sei que não sabes que vivo neste – quero-te e não te quero – mas no fundo talvez saibas, quando me caiem lágrimas que tu finges não ver, quando me vez a olhar o horizonte a focar o vazio, quando suspiro profundamente para aliviar a dor. Também não sei se quero saber que sabes, por medo de te perder. Quero eu decidir, mesmo sem conseguir.

Gosto de ti e não posso.


Special Agent Naughty




1 comentário:

  1. muito bom, com compreendo alguem conseguiu por em palavras aquilo que me vai na alma , obrigada

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