31 de janeiro de 2012

Sei o que fizeste no verão passado....

Alguém disse : "ninguém é tão feio como no B.I., nem tão bonito e feliz como no facebook", eu acrescentaria ainda extrovertido às qualidades assumidas no FB.

Se nós não nos pomos a contar a vida toda aos conhecidos e aos primos em terceiro grau porque raio é que o fazemos na internet? Estas pessoas não precisam e, provavelmente, nem querem saber a nossa a vida ao minuto e, mesmo que queiram, porque é que nos importamos tanto em transmitir a imagem que somos giros, felizes e cheios de amigos igualmente giros e felizes a pessoas que não nos importam?

Sou uma fã confessa do facebook e reconheço-lhe vários benefícios, um deles é aproximar as pessoas. Adoro ver a evolução dos filhos de amigos meus através de fotografias, saber que a amiga da primária vai ter outro filho ou ver as fotos das férias no Vietname. Outra coisa é saber que o "João tem sono", a "Rita tem fome" e que a "Isabel odeia as segundas-feiras e não percebe porque é que a semana não começa só à terça".

Por mais emocionante que vos possa parecer uma ida à Estação de Campanhã ou separar as roupas por cores antes de as pôr na máquina, façam um favor a vocês próprios e não publiquem isso no facebook! As pessoas que têm acesso à vossa informação não querem saber!

Recomenda-se também evitar actualizações de estado ridículas como " Joana a trabalhar" numa qualquer quarta-feira de Março às 3 da tarde- porque isso estamos todos- ou partilhar com o mundo a sede de vingança, tipo "cá se fazem, cá se pagam".

Também se aconselha evitar a publicação de fotografias em que vocês ou algum dos vossos amigos aparece bêbado e disforme, de amigas rechonchudas de bikini, ou álbuns de 146 fotografias da própria cara e corpo. Poses sensuais meio despido ou frente ao espelho são a cereja no topo no bolo! Infelizmente, destes últimos há poucos!

Todos bebemos, todos temos fotos menos favorecedoras e um pequeno narciso dentro de nós... mas será que é mesmo necessário mostrar isso ao mundo?

Se pensarem bem isto é o mesmo do que levar sempre o albúm de fotografias das férias atrás para o caso de encontrar alguém conhecido na rua. E contar-lhe o que é que jantaram na noite anterior enquanto folheiam o mesmo.... e ninguém quer saber isso!!!





Special Agent Drama





Ela não te vai deixar ir assim tão facilmente

Sim, não duvides, ela vai-te manipular!

Como queres que ela te deixe ir sem tentar tudo antes de desistir?

É lógico que não vai ser assim tão simples. A mulher é manipuladora por natureza e é nesse momento, quando decides virar costas e tomar a atitude que demoraste tanto tempo a ter coragem, que ela, em desespero, abre a sua mala das ferramentas de tortura e retira de lá, uma a uma, experimentando à vez, até surtir o efeito desejado.

Ferramentas de tortura:

– ser a vítima e chorar loucamente até que te sintas mal e acabes por ceder ao seu sofrimento tentando acalmá-la, desistindo da ideia ou adiando;

– tenta o sexo de despedida, pode ser que assim te arrependas e ainda te consiga conquistar novamente pelo caminho;

– finge que lhe é indiferente, para ver se te magoa e tu acabes por desistir da ideia, por te aperceberes que não tens assim tanta certeza e perde-la de vez não era uma hipótese que tinhas considerado;

– pede por tudo para ficares, promete que vai mudar, que será diferente, assume uma infinidade de erros que por acaso só naquele momento é que começou a reparar neles, de forma a que acredites que a relação vai melhorar e ser totalmente diferente do que foi até aquele momento;

– ser a compreensiva que te entende e te deixa ir, para que possa ser a amiga que continuará presente, assim tem a oportunidade de te reconquistar;

– é agressiva e diz-te que nunca mais te quer ver, chama-te nomes e diz que foste um erro e a pior coisa que lhe aconteceu, basicamente dá a volta ao jogo e tenta magoar-te a ti, para que te sintas tão mal que te queiras redimir.


Agora desejo-te boa sorte!

É preciso estar muito decidido para conseguir passar por uma mulher de armas em punho!
Se conseguires, não te vais sentir vitorioso, tenho a certeza que ela vai garantir que a tua auto-estima saia de lá bastante afectada. Mas pelo menos podes considerar a hipótese de te inscreveres para o casting para seres o novo MacGyver, pois conseguiste ser mais engenhoso que uma mulher decidida a não te deixar sair de perto dela.

Special Agent Naughty

30 de janeiro de 2012

Vai ser tarde quando reparares em mim

Amei-te todo este tempo que estive ao teu lado. Ri-me contigo, ouvi-te chorar, corri para ti todas as vezes que me querias ver, desmarquei tudo o que tinha pendente apenas para ter a oportunidade de estar contigo.

Sentia-me mais feliz perto de ti, mais preenchida, mais compreendida. Nunca tive uma dúvidas que era contigo que queria estar. Cada vez que me abraçavas ou me puxavas para dançar, sentia-me tonta, e tinha sempre a esperança que tu, numa dessas vezes, sentisses o mesmo e te virasses, olhasses para mim nos olhos e sem conseguir dizer uma palavra, fizesses, o que para mim sempre fez sentido: me beijasses.

Mas isso nunca aconteceu.

Sabia que tinhas outras pessoas, assisti fingindo-me interessada, mas evitava falar muito sobre o assunto. Via-te acabar mil casos, a fingir não dar importância a tantos outros, nunca me dizias que gostavas verdadeiramente delas, nunca percebi se sentias lá no fundo a ligação que havia entre nós ou se tinhas medo de me magoar.

Fui esperando paciente, como a amiga para todas as ocasiões. Queria estar ali, ao lado, talvez um dia reparasses que era comigo que vinhas sempre ter, que era comigo que te rias, que conhecias bem, que nos entendíamos melhor, que era comigo que querias passar o melhor do teu tempo.

Nem imaginas o que eu sentia, quando a tua mão distraída me passava pelo cabelo, ou me fazias festas na cabeça, quando me abraçavas com força, quando te metias comigo a brincar, ou quando olhavas do fundo de uma sala para mim, com aquele olhar que só nós entendíamos e acabávamos por sair dali para fora. Eu vibrava por dentro, apetecia-me que aqueles pequenos momentos inocentes durassem para sempre, eram tão nossos, faziam parte de um mundo que eu temia o tempo todo ser imaginário.

Achei tantas vezes que sentias o mesmo que eu, mas que apenas tinhas medo de o assumir, tal como eu. Tantas vezes te vi a olhar para mim quando eu não estava a olhar, te ouvi a falar de mim, como se me conhecesses melhor que eu mesma, te ouvi proteger-me de saber mais do que aquilo que eu poderia aguentar. Não me querias longe, isso é facto, mas nunca percebi se tinhas medo de me perder se tentasses alguma coisa mais, ou se apenas me vias como amiga.

Estive todo este tempo ali, ao teu lado, à espera que reparasses, que não aguentasses mais. Não quis jogar, não quis afastar-me para ver se sentias a minha falta. Por um lado porque também não te queria perder, por outro, porque não me conseguia afastar de ti. Passou-me varias vezes pela cabeça, mas acabei por nunca conseguir.


Hoje conheci outra pessoa.

Sinto-me feliz e preenchida, mas tenho te visto ansioso, a ligar mais do que o normal, a tentar estar comigo para falarmos. Pareces inseguro e inquieto, chateias-te comigo por tudo e por nada, fazes perguntas estranhas e cobras-me tudo o que faço e não faço.

Eu, morro de medo de te dizer, porque tenho medo de ver aquilo que quis ver durante todo o tempo que estive ali, perto de ti, e que agora já não quero mais.

Como te amei e tu nunca reparaste. Como esperei, durante dias e noites, que parasses de olhar à volta. Estive lá, estive ali, tu deixaste passar e agora já é tarde.

Tenho pena do que não vivemos, mas mais, tenho, de teres percebido tão tarde.

Special Agent Naughty

27 de janeiro de 2012

Beija mal!

Ele era lindo de morrer, sim digo "era", deixou de o ser depois de me beijar.


Imaginas tudo quando conheces um homem que te atrai visualmente, que até gostas de o ouvir falar, que te surpreende com a conversa, ninguém daria por ele, mas afinal é uma grande cabeça, cheio de sentido de humor, e no momento em que te rendes totalmente aos seus encantos e ele debruça-se sobre ti e te beija...
...tu pensas - Não, espera, isto não correu bem. É melhor tentarmos outra vez.


Mas não corre melhor, pior, mantém-se igualmente mau!


Arrghhhh! Há coisa mais enervante?!


Voltas a olhar para ele e ele ainda se mantém ali, lindo de morrer, um homem cheio de qualidades e que está doido para te voltar a beijar, mas... porque carga de água não sabe este homem dar um beijo de jeito?


Queres tentar ver se dá para melhorar, se dá para que ele encaixe melhor contigo, pode ser que se tu o conduzires ele vá acabe por te seguir. E, voltas a tentar.


Que desespero! A atracção toda que aquele homem produzia em ti, estava a desfazer-se em queda livre, e por mais que te esforçasses para mudar isso, não estavas a conseguir fazer nada!


Aqueles lábios tensos, sempre na mesma posição, que forçam demais, até ficares com a boca a doer... Tiram toda a vontade de voltar a uma quarta tentativa.


Começas a fugir ao beijo, a falar demais, a tentar arranjar desculpas para que ele não volte a repetir o gesto e acabas por parecer ridícula, pois ainda há dois minutos só pensavas em cair-lhe nos braços e agora só pensas em como fugir deles.


Infelizmente, o encanto desaparece todo, ali naquele momento, apenas porque o beijo não funcionou. Voltas a olhar e afinal já não é assim tão giro, nem tão interessante. Parece mais uma criança que nunca saiu do bate-pé, ou um homem que acabou de sair de uma relação que começou aos 13 anos.


Não há como ultrapassar um beijo mau!




Special Agent Naughty

26 de janeiro de 2012

Relações fast-food

Hoje em dia, as relações são muito mais práticas e rápidas, eu chamo-lhes as relações fast-food.

Não se perde muito tempo com telefonemas, encontros, jantares, conhecer as famílias, os amigos, nada!

Um homem e uma mulher conhecem-se, dão inicio ao relacionamento, envolvem-se e acabam quando se despedem. O inicio é o próprio fim. 


O compromisso é 100% funcional.


Ninguém se chateia, não há discussões, não há fretes, nem parte nenhuma chata, enquanto estão bem e a divertir-se, estão juntos.
Acabam sempre em alta e com a sensação de que foi bom e correu bem, mas não vale a pena continuar, porque em algum momento vai correr mal e assim evita-se a parte má.
Nao há traições, ciúmes, a discussão do não ter tempo, o chatear com a hora tardia a que se chega a casa, com os copos a mais, não se espera por um telefonema que nunca mais chega, não se contam os minutos para voltar a estar, nem se tem de aprender a lidar com os ex's. 


Nada!

Antes pelo contrario, só têm olhos um para o outro; quanto mais tarde chegarem, melhor, quer dizer que a relação passou de 3 horas para 5, o que já é uma relação longa; copos, que venham mais, para ver se a relação evolui até ao fim; telefonemas? Como assim se nem houve troca de telefones; a ideia é aproveitar enquanto estão juntos, por isso, voltar a estar não faz parte dos planos; e os ex's que se roam, porque quem está agora somos nós, e a aproveitar o melhor!!

Com tanta vantagem neste género de relações, só posso concluir que o fast-food ainda está para ficar. Ficamos à espera que a moda do Biológico comece a dar os seus passos nas relações, para nós vermos o que é que é realmente mais saudável.


Special Agent Naughty


Glamour sem saltos altos na Avenida da Liberdade

A passear na Av. mais luxuosa de Lisboa, e numa das 10 mais do mundo. Percorri as montras das lojas para ver se os saldos me atraiam e à espera de ver a rua com mais movimento. Estava igual, sem grande movimento de pessoas, contrastando habitualmente com o dos carros.

Comecei no Pinóquio onde almocei, onde não resisto em picar as gambas ao sal, as amêijoas à bulhão-pato e o pica-pau. Depois fui passear, sem pressa pela avenida, espreitando umas montras das lojas mais caras, que olhavam para mim e diziam - nem com saldos podes entrar que não sou para o teu bolso - e eu lá fui andando, sonhando com aquela carteira da Louis Viton, com o lenço na Gucci, com um vestido na Hugo Boss, um anel na Gilles Fine Jewellery, umas botas na Timberland e umas calças na Calvin Klein...

Olhei para os canteiros e sorri com as novas cores que as flores plantadas pelo "mega pic-nic do Tony Carreira" trouxeram a esta avenida. Afinal, 2 dias de corte ao trânsito, acabaram por dar alguma alegria visual e acredito que toda a gente goste de ver estes canteiros floridos espalhados ao longo dos passeios.

Subi parando, de vez em quando, nos novos quiosques da Avenida da Liberdade, que trazem vida, música e atraem um público menos luxuoso, mas mais animado. O Banana Café animado com DJ's, o Melhor Bolo de Chocolate do Mundo - quem resiste em esquecer por um momento a dieta? -, o Hotdog Lovers, antes tínhamos de ir até ao guincho para prova-los, hoje em dia estão mesmo aqui no centro de Lisboa, e a Maritaca para trincar uma pizza e beber uma cerveja.

É verdade que comecei por dizer que a avenida está sem grande movimento, mas a verdade é que se passas lá a meio do dia, há pessoas, sim, mas com tudo o que há de oferta, deveria haver muito mais animação, mais burburinho, mais Champs Élysées. Já se tentou de tudo, acho que a cada dia está melhor e eu sou uma adepta fervorosa desta rua e de todas as iniciativas que lá são feitas. Mas quando a meio deste caminho, tropeço de cabeça por não me ter conseguido desviar a tempo de um dos muitos buracos espalhados pelo chão, como se se tratasse de um jogo da macaca, em que estás constantemente a saltar ao pé-coxinho... É quando pensas, o luxo está nas lojas, as flores nos canteiros, na animação dos quiosques, mas a câmara esqueceu-se de que o glamour não existe sem ser de saltos altos, e se não os podemos usar nesta rua, acabamos por não voltar.

Façam-me um favor e tratem do chão desta avenida, para que eu possa voltar a serpentear-me por lá, em vez de saltitar.

Special Agent Naughty


25 de janeiro de 2012

Desculpa

Como é que se pede desculpa quando se tem toda a culpa e isso não resolve nada?
De que vale a pena soletrar a palavra "Desculpa", para que serve? Para nos fazer sentir melhor, ou serve para que o outro se sinta melhor? Será, sequer, que serve para uma das duas? O erro está feito, para quê se isso não o apaga nem o resolve.

Por vezes a palavra desculpa é apenas um assumir da culpa, muitas vezes esse assumir basta, mas não faz esquecer. O assumir da culpa é muito pessoal, é de quem sente o seu peso, é de quem o carrega e quer poder aprender com ele.

A "desculpa", às vezes, parece que nem é merecida de ser pronunciada. É uma pena mais pesada quando decidimos leva-la connosco, quando decidimos que é vivendo lado a lado com ela que nos vai lembrar todos os dias que queremos ser melhores.

Às vezes a palavra desculpa é usada para aliviar a quem pede, e isso é uma forma quase egoísta de nos livrarmos do peso que estamos a carregar e quando o partilhamos, sentimo-nos mais leves, pois parte desse peso, acabamos por o transportar para ser vivido por outra pessoa.

Outras vezes é bom reconhecer o erro, admiti-lo sem fugir à responsabilidade. Saber dizer que errámos, que estivemos mal, tirar a tristeza da outra pessoa e fazer com que volte a sorrir.

Alturas em que a desculpa pede um abraço, um beijo ou até um grito a plenos pulmões para que toda a gente oiça que estamos arrependidos e que faremos tudo para mudar!

Mas a desculpa não apaga, não tapa, não faz desaparecer, é como um remendo, ele está lá, disfarçado, mas com outro tecido por cima, conta uma nova história sobre a que já existe.

Ninguém é perfeito, ninguém tem a capacidade de nunca errar, há erros ligeiros que passam no momento, há outros que ficam marcados para a vida, há aqueles que um beijo cura e os que nos moem e consomem e mudam a nossa direcção. Mas a cada erro, mais importante que os outros saberem que pedimos desculpa, é apercebermo-nos, nós próprios, do erro, saber encara-lo e tentar todos os dias da nossa vida, sermos pessoas melhores. 


Special Agent Naughty



24 de janeiro de 2012

Ser-se Perfeito

Hoje em dia ser-se inteligente, boa pessoa, simpático, bom trabalhador, bem-disposto, bom filho, bom pai, bom amante, bom marido, amigo do amigo, giro e generoso não é suficiente. Mesmo que sejamos tudo isto e ainda mais! Hoje em dia ou se é perfeito ou somos carta fora do baralho!

Todos queremos ser o melhor no trabalho, ser a mulher que se desdobra em 10 para estar em todas - até no ginásio, cozinhar bem, ter uma casa linda, um bom carro, levar o melhor kit para a noite, estar impecáveis e por aí fora! Eu não sei a vossa opinião - mas confesso que gostava de saber - mas isto a mim cansa-me!

Se repararem, há sempre alguém no escritório que trabalha mais do que os outros e eu tenho uma teoria em relação a essas pessoas. O trabalho puxa trabalho e quanto mais fazemos mais há para fazer e quanto mais o nosso chefe vê que trabalhamos (bem) mais nos enterramos... é um ciclo vicioso e um exemplo que se pode perfeitamente extrapolar à vida!

Quanto melhor somos e mais nos esforçamos mais nos é exigido e mais os outros esperam de nós!

Ora, eu que tenho um cabelo que tem vida própria e nunca está penteado começo logo mal! Depois, tenho um metabolismo lento, para mal dos meus pecados e um feitio tramado. Vivo numa casa alugada, desloco-me em bicicleta e não gosto de cozinhar. Ou seja, estou muitoooo longe da perfeição.

Eu sei que devemos ser ambiciosos q.b. e que o conformismo não fica bem a ninguém mas não devia haver um momento em que deveríamos estar satisfeitos? Gostar de nós como somos e passar dos planos que os outros tinham para nós? Nem todos temos de andar de porsche, nem casar aos 27.... se calhar nem é isso que queremos...

Eu estou para aqui com esta conversa mas confesso que ainda não desisti dos tão almejados 50 kilos.... mesmo depois de saber que se a Barbie fosse real, com aquelas medidas, não se aguentaria em pé....

Special Agent Drama


23 de janeiro de 2012

Um dia de crise

Já todos vivemos um dia de crise, aquele dia angustiante em que a ansiedade está á flor da pele, aquele dia em que os minutos são horas e os dias custam a passar. Parece que não estamos bem em lado nenhum e acabamos por preferir estar sozinhos, mas sozinhos a dor é maior, custa mais o tempo a passar, fica ali a demorar, a esticar o que pode, deixa-nos num remoinho sem fim, em que a nossa cabeça entra num ciclo de desespero e ansiedade que não sabemos como controlar.

Tentamos todos os métodos para que a distracção nos tire a aflição, filmes que não conseguem prender-nos a atenção, jogos que nos criem ritmo que ocupe a mente, corremos/passeamos para arrefecer a cabeça, conduzimos até nos perdermos, olhamos o mar para nos sentirmos vivos e pequenos, para que a dor se torne insignificante, e em todos os casos, chegamos à conclusão que estamos no mesmo ponto de onde partimos, a dor mantém-se e a ansiedade não passou.

É uma dor pequenina que se instala à volta do coração, que o aperta, quase dá para sentir onde é. Começa pequena, como uma luz de presença, que está ali para ficar, depois aperta, sufoca e quase que nos tira o ar, aumenta e diminui, mas mantém-se quase insuportável, como uma gota que nos cai na testa, que por mais leve ou intensa, deixa-nos loucos de dor.

Essa dor, não nos deixa pensar razoavelmente, não nos deixa estar lúcidos, deixa-nos fora de controlo. Tentamos controlar o pensamento, arejar o psicológico de forma a clarear ideias, mas a dor continua lá, presente.

O nosso pensamento está em transe, nada o consegue distrair, nada o consegue ocupar, o corpo fica hirte, a mente desligada do racional, o lado emocional enche todos os poros do corpo como uma praga que se alastra em todas as direcções do que nós somos. Deixa de existir diferença entre o corpo e mente, somos um só totalmente controlados por emoções. Custa a respirar, aperta o coração. Custa comer, o estômago não quer trabalhar, apetece chorar, mas não queremos deixar-nos ir com a dor. A cabeça não pára, não desliga, não conseguimos adormecer, estamos tensos sem fazer nada, contraídos na aflição.

Já todos vivemos estes dias, que acabam com a solução que esperamos, qua acabam de repente quando achamos a resposta, ou encontramos bem, aquilo que era a nossa preocupação. Ás vezes demora uns dias a passar, vai deixando devagarinho o nosso corpo que é ocupado pelo batalhão do racional, mas deixa uma magoa, uma névoa a pairar, um medo de voltar a sentir. O medo é tão grande que preferimos esquecer o momento de crise e tentamos apagar da memória o sentimento angustiante que vivemos.

Odeio dias de crise!

Special Agent Naughty



新年快樂

Feliz ano do Dragão!!!!!


E porque hoje somos todos cavalos, ratos, tigres, cabras, etc achei importante partilhar esta lenda com vocês:

Lenda do Zodíaco Chinês:

Existe uma velha lenda Chinesa, segundo a qual Buda convidou todos os animais do seu reino para uma reunião em que seriam designados os 12 primeiros animais a chegar, como signos de um ano, respectivamente.
Na noite que antecedia o encontro, o Gato falou com o seu companheiro Rato e combinaram que o que acordasse primeiro na manhã seguinte devia acordar o outro para que fossem juntos à reunião. Contudo, o
Rato quebrou o seu compromisso com o Gato e chegou ao encontro sozinho, sendo o primeiro a chegar. Depois, seguiu-se o Boi, o Tigre, o Coelho, o Dragão, a Serpente, o Cavalo, a Cabra, o Macaco, o Galo, o Cão e, finalmente, o Porco. Quando o Gato acordou e chegou ao local da reunião, esta já havia terminado. Diz-se que é esta a razão pela qual o Gato mata o Rato.


Nota: Se carregarem nos vossos signos, ficam a saber o que vos reserva 2012

Nota 2: A imagem em anexo é um presente de ano-novo para as/os que gostam de homens musculados, rapados e de tanga.... not my case, though....

Special Agent Drama



 

20 de janeiro de 2012

Amanhã não vou ligar!

Que fique claro que eu não quero traumatizar ninguém!

Com tanta história de mulheres tristes porque ele nunca ligou, pediu o telefone e até se entenderam bem. Acabei eu por ficar obcecada por não querer ser responsável por alguém se poder magoar, apenas porque alimentei algum interesse momentâneo.

E assim foi, no momento em que me beijou só pensei: e agora, como lhe explico que isto não é para continuar? Tenho de lhe explicar, não vá ele entender tudo errado e criar expectativas.
Tanto pensei que não consegui dizer mais nada – Agora a sério, amanhã não tens de me ligar, nem eu a ti. Isto que se está a passar entre nós, não é nada!–, bonita frase!

Quão estranho, isto pode ter soado vindo de uma mulher que depois de uma longa conversa, interessante, animada, sedutora, acaba de ser beijada e retribui?

A verdade é que me saiu, e para que a mensagem ficasse mesmo clara, decidi repeti-la várias vezes. Simpática! No fim ainda falei qualquer coisa como - Estás a perder o teu tempo - ...?!

O que é facto é que resultou, nunca ligou, e eu nunca tentei ligar. Mas confesso que pensei, se não teria sido um pouco exagerada e se não lhe devia, pelo menos, um pedido de desculpa. Mas acabei por decidir que era melhor não alimentar mais nada, assim acabava por ser um acontecimento isolado sem importância, e um dia quando nos voltássemos a ver, se nos voltássemos alguma vez a reencontrar, falaríamos normalmente.

A verdade é que esta minha solução não foi a melhor, digo até, para não repetir e por favor, que ninguém a repita. Não foi melhor do que não dizer nada no dia seguinte. Pode ter sido até pior. Porque na verdade acabei por fazer o mesmo, ou seja, não disse nada na mesma, e ainda piorei, quando passei o tempo todo em que estivemos juntos a avisa-lo que não me dissesse nada a mim, porque eu não tencionava dizer-lhe mais nada. O que deve passar na cabeça de alguém quando ouve uma barbaridade destas?

Comportei-me como todos aqueles homens que criticamos, mas com a ajuda que passei a mensagem da forma mais directa que consegui, concluindo que há coisas que não se dizem, deixam-se subentendidas (que é o que eles fazem, basta ver os sinais: não pedem o número de telefone, não dizem que tencionam voltar a ver-te, não te falam assim muito sobre eles próprios...).

Acredito seriamente que em alguns casos até pensem, como eu pensei no dia seguinte, que podiam enviar uma mensagem, ou dizer alguma coisa, mas tal como eu, a dúvida aparece – o que adianta? Ainda estrago tudo o que já está claro, planto uma esperança e lá tenho eu de voltar a ser sincera ou a magoar ainda mais – e acabam por deixar como está, que é o melhor para os dois, e depois um dia logo se vê.

Por isso da próxima vez que alguém não ligar, pensem que é melhor assim e ficam parcialmente traumatizadas, pelo menos gostaram os dois do momento. Melhor do que serem avisadas desde logo que não estão nada interessados, mas que estão apenas, a querer, naquele momento, dar umas beijocas.

Perdia a graça toda!

Special Agent Naughty

19 de janeiro de 2012

Uma mulher não ameça, vai avisando lentamente

Lembras-te de todas as vezes que ameacei que te largava, que queria deixar de te ver, que não fazia sentido, que isto não era bom para mim?

Eu nunca estive a ameaçar, apenas a tentar informar-te que o ia fazer, mas que ainda não tinha tido coragem.

O processo de despedida é um dia de cada vez, enquanto tu (homem) achas que deve ser de um momento para o outro, de forma drástica, eu (mulher) não sei ser radical, sofro com isso e magoa-me mais. Por isso vou te dizendo, tu vais achando que eu falo da boca para fora e não fazes nada para mudar. Eu devagar, muito lentamente, vou-te deixando até não haver volta a dar.

Quando voltares a ouvir isso, numa próxima vida, lembra-te de mim, e começa logo a mudar.

Special Agent Naughty

18 de janeiro de 2012

Tem calma!

Há coisa mais irritante do que te dizerem para teres calma?
Parece que nos estão, ao mesmo tempo, a sussurrar no ouvido – irrita-te, apetece-me mesmo ver-te irritada!
Se não era esta a intenção, o efeito é o mesmo, ou talvez seja até pior.

É uma descarga eléctrica com efeitos imediatos, só conseguimos pensar – agora é que estou mesmo irritada, e foi só por teres dito essa frase, até aqui até estava bem calma!

Agora mais a sério: qual é a ideia?
Eu não conheço, no mundo, ninguém que não fique irritado quando se diz a meio de uma discussão ou conversa mais acesa – tem calma! – Bem talvez possa estar a exagerar um bocado, um chinês não ia entender o que lhe estava a dizer, a não ser que já fosse a segunda geração a viver em Portugal, mesmo assim..., talvez só na terceira.

A próxima vez que decidirem dizer essa frase, pensem primeiro, e tenham a certeza que a intenção seja enervar profundamente o vosso receptor. Se estão conscientes disso, óptimo! Força! Se não era essa a ideia, então não se queixem.


Special Agent Naughty

Blind date

Aos poucos o blind date é uma forma alternativa que acaba por ganhar expressão com o acesso global à internet. Solteiras e solteiros de todas as idades utilizam nem que seja por curiosidade este método. Claro que existem formas mais fáceis de blind date, pode ser marcado por uma amigo que conhece ambos e achou que poderia funcionar. Mas a mais usual é mesmo o contacto, aparentemente sem querer, através de um qualquer programa de chat. Adicionam, fingem ou não que conhecem e tentam uma abordagem.

Ouvindo vezes sem conta histórias de encontros, relacionamentos, amigos para a vida que começaram através de um blind ou semi-blind date, a partir de certa altura repensamos a nossa forma de estar. A verdade é que uma pessoa quer estar na moda, não quer ser old school e com o Facebook e tantas formas novas de conhecer perfeitos desconhecidos, o blind date começa a ser uma hipótese a ponderar.

E lá está aquele rapaz que me adicionou, sem eu o conhecer de lado nenhum, mas que até acabei por aceitar dado que parecia bastante engraçado em todas as fotografias. Envio a típica mensagem a perguntar de onde o conheço, conversa puxa conversa e salta um convite para jantar.

Respirei, pensei, ponderei... E vamos embora!

Nas varias conversas que trocámos, foi me dando algumas informações, o que fazia, onde vivia, os tempos livres, até o carro que tinha (falou num Audi A3) e sinceramente pareceu-me (independentemente do carro) que tinha características com as quais poderíamos vir a ter um bom jantar. Percebi que tínhamos amigos em comum, tentei tirar algumas informações sem querer ser clara, as opiniões foram vagas mas positivas, podia ter tentado aprofundar mais, mas às vezes não queremos que nos estraguem o que a nossa imaginação já desenhou.

Combinámos que vinha buscar-me a casa. Quando saí procurei o tal Audi que falou, e fui encontra-lo junto a uma Cangoo, não tenho nada contra Cangoos, mas para quê dizer que tem um carro que não tem. Cumprimentei-o e a primeira coisa que percebi é que era bastante fotogénico, uma vez que toda a sua aparência destoava bastante das fotografias. Condenei logo o jantar antes sequer de começar.

Instalei-me no carro, que tresandava a cigarros, senti-me logo mal disposta. Para quê perder tempo neste jantar se já não tinha qualquer disposição para ele? Arrancámos em direcção ao restaurante, que com algumas indecisões lá acabou por escolher um numa zona movimentada da cidade.

Sentamo-nos, fizemos o pedido e o pensamento de "quando é que isto acaba" não passava. Não havia conversa que fluísse naturalmente, não encontrámos qualquer assunto em comum, não concordávamos com nada, e tudo o que inicialmente tínhamos falado através de chat, não tinha nenhum fio condutor, eram duas pessoas totalmente diferentes, a que estava atrás de um teclado, versos a que estava à minha frente.

O jantar não melhorou, eu já não estava a tentar fazer um esforço. Não tínhamos nada em comum e parecia que tudo o que me tinha dito anteriormente a este encontro, se desfazia em catadupa diante de mim. Cheguei mesmo a ponderar se estaria a jantar com a pessoa certa.

Despachado o jantar não voltámos a falar. Não sobrou qualquer vontade de mantermos uma conversa. Era como se duas pessoas de mundos totalmente opostos, sem nada em comum, que não falam a mesma língua, se tivessem juntado durante 2 horas em que tiveram de tentar comunicar, mas sem qualquer resultado.

Passou! Passou e ainda bem!

A verdade é que antes de um encontro com uma pessoa que não conhecemos inventamos uma personagem, damos-lhe forma através das poucas fotografias que temos acesso, damos-lhe voz, maneira de estar, imaginamos todo um contexto e no momento em que conhecemos a pessoa, nada se enquadra no quadro que pintámos. Pode surpreender, ou pode, no meu caso, desiludir.


Conclusão: o blind date não é para mim!



Special Agent Naughty

17 de janeiro de 2012

Adeus, até sempre!

Depois de ter escrito que é bom saber dizer adeus, andei de um lado para o outro, sentei-me, levantei-me, subi as escadas e desci, olhei pela janela e reflecti... e cheguei à conclusão que estava mesmo na altura de dizer adeus!

Liguei o iPod no máximo e fui correr, sem controlar o tempo, sem pensar quando parava ou até onde ia, corri para tomar a decisão, queria ter consciência que conseguia, que não ameaçava, que estava consciente que era desta, e quando dei a volta para trás, já estava decidida!

Cheguei a casa, liguei a umas amigas, combinei com uns amigos, porque sem eles não teria a mesma graça, arranjei-me e saí para jantar.

Quando tomamos uma decisão, não vale a pena anunciar ao mundo, ameaçar que se vai mudar, avisar que pode acontecer, porque quando o fazemos, apenas estamos a tentar arranjar desculpas para não ir em frente com a nossa decisão. Toma-se e depois de termos conseguido, podemos partilhar.

Não falei com ninguém sobre a minha decisão, apenas aproveitei o momento, senti que era o meu primeiro dia, o dia em que eu tomava uma nova direcção. Senti-me forte e segura, senti que estava a fazer o melhor. Incentivei-me sentindo-me corajosa e viva.

Quando cheguei a casa, olhei-me ao espelho vaidosa por sentir que tinha conseguido. Não deitei uma lágrima, até me senti orgulhosa de ter sido tão forte. Sim, tinha definitivamente dito adeus ao meu casal de periquitos que habitava a minha varanda. Abri a porta da gaiola, eles saltaram logo cá para fora, ainda olharam para trás, mas logo voaram e perderam-se entre a copa das árvores à frente da minha janela.

Custou, mas sei que estamos todos melhor assim!

Special Agent Naughty