10 de maio de 2012

One night stand

Há aquelas aventuras de um dia, de uma noite, de um momento. Alguém que cruza por acaso o nosso caminho naquele dia e acontece. É uma experiência, apeteceu aos dois. Ambos estão livres, conhecem-se e simplesmente tiveram vontade de se deixar ir e atirar de cabeça num único momento a não repetir.

Vão até ao fim, apenas porque não há o amanha, porque não vão querer repetir noutro dia, pensar no que aconteceu, se está certo, se está errado, se há expectativa... Nada! Querem que tudo aconteça naquele dia e que não fique a vontade de mais nada, acaba onde começa.

Acontece ali naquele momento, naquele dia, e quando acordam semi-despidos lado a lado, despedem-se, nem é preciso trocar telefones, é só uma formalidade para que não seja tão frio.

No dia seguinte, durante a ressaca comenta-se com uma ou outra amiga, riem-se juntas, e fecham a "porta". Não há criticas, foi uma vez, foi uma experiência, uma aventura, apetecia, ninguém fez mal a ninguém.

O que ninguém está à espera é quando o homem, este, que normalmente está no controlo total deste tipo de situações, que já é batido em one night sands, não aceita que tenha sido apenas um momento isolado e quebra todas as regras e liga.

Liga uma vez, liga outra, tenta combinar novo encontro, tenta manter algum contacto, força demasiado para a ver mais uma vez, tenta conhecer e dar-se a conhecer, ou acha mesmo que como aconteceu uma vez, pode acontecer mais vezes... Até que começa a ser inconveniente.

Não nos queremos lembrar, não queremos que a sombra do que foi uma vez, nos persiga. Queremos que tivesse sido aquele momento, especial, isolado, divertido, com alguma magia de mistério por não conhecermos bem, por não sabermos quem é e podermos inventar o que nos apetece. Dar ao corpo uma personalidade inventada. Deixar um desejo desperto naquela noite única. Mante-la onde ficou, intacta. 

Quando tudo isto se quebra das duas uma, ou gostamos e há reciprocidade em continuar, em conhecer, em querer ir mais além, ou então se nos vêem fugir... Não insistam! Não vale a pena, vão estragar tudo, vão fazer-nos começar a sentir raiva e depois nojo. E daí até nos arrependermos e passarmos a associar-vos a uma "coisa" negativa é um passo.

É bom que tudo seja posto no seu lugar, e uma one night stand é isso mesmo, uma noite de loucura isolada. Pode ficar uma boa sensação, mas há que saber estimá-la.

Se não há grande abertura a voltar a estar, não voltem a tentar, por muito que vos pareça estranho, a mulher às vezes também só quer isso mesmo.

Special Agent Naughty


8 comentários:

  1. Não sou fã de blogs e é raro ler o que neles é escrito, mas este texto despertou-me a atenção pelo tema e pela forma como tão bem foi escrito e descritivo. É totalmente real! 
    Concordo plenamente, e ouso acrescentar que não é por uma míuda se sentir bem com uma "One Night Stand",(de vez em quando) que é fácil, dada, desesperada, ou p..... Simplesmente quis aproveitar o momento! 
    Rapazes, fica-vos obviamente bem tentar um segundo contacto ou abordagem, mas se ela não vos der retorno, passem à frente!
    Caso contrário, vai ser fácil passar de uma noite divertida e de boas memórias para se tornar numa noite que NUNCA deveria ter acontecido!

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  2. Também raramente passo por blogs mas apanhei este numa pesquisa. Acabei por ler dois ou três post e é relativamente fácil fazer um perfil destas escritoras que refletem de alguma forma a ansiedade mal resolvida da emancipação feminina.

    Eu sou psicólogo e profiler da polícia e neste caso vou fazer a minha leitura:

    Eu arriscaria em jovens pelos 30 e poucos anos (mas menos de 35), nascidas e criadas na classe média alta de Lisboa, possívelmente com um percurso entre colégios particulares durante a primeira fase e transitaram (num registo de pseudo realidade) para um qualquer liceu de Lisboa (mas central por causa das companhias). Pela forma como escrevem estão ligados ao mundo editorial, do jornalismo ou da comunicação, possívelmente com um curso superior na área da comunicação. Gostam de desporto mas um que as posicione na elite por uma questão de falsa segurança (eu diria que golf, paddle ou ténis).

    Em relação aos homens há aqui algo de traumático na relação com estes mas isso não gostaria de abordar em público.

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  3. Muito bem!
    Acertou em algumas, esteve muito próximo noutras e numas (poucas) ao lado. Se não nos conhece e se realmente é o que diz ser, tiro-lhe o chapéu.
    Aqui fica o nosso email se nos quiser dizer como chegou a essas conclusões:
    veryspecialagents@gmail.com

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    1. Não é muito dificil .. recomendo alguns livros..
      - Criminal Profiling: An Introduction to Behavioral Evidence Analysis
      - Investigative Psychology: Offender Profiling and the Analysis of Criminal Action
      - The Science and Psychology of Profiling

      Usando uma abordagem por pontos base de iteração foi apenas uma abordagem usando padrões de discurso. Vitimização personalizada e tercerizada (habitual em mulheres na casa dos 30 anos vitimas de relações mais longas na adolescência), os inglesismos são típicos da classe média alta de formação urbana, atitudes justificativas para acção (tipico de mulheres emancipadas com complexo social do casamento em culturas centro europeias), etc...

      Mas os complexos não são negativos. Muitos complexos são positivos e afetam a criatividade e desenvolvimento psíquico.

      Quando alguém nos fascina, nos atrai, quando uma pessoa ou ideia nos apaixona, também é um complexo que vem à tona. Pode ser algum potencial positivo que não desenvolvemos e está presente no outro e assim nos fascina. O potencial positivo nos atrai e o potencial negativo irrita-nos. :)

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    2. Parece-me tudo lógico, apesar de achar que os inglesismos vêm de uma geração mais abrangente, devido a séries, programas televisivos e até alguma linguagem editorial de revistas (até mesmo femininas).
      Fica por entender a parte do desporto, uma vez que nunca falámos disso em nenhum post e se o fizemos foi sobre dietas, o que deixaria reflectido, mais uma atitude passiva do que uma veia desportista... Também vejo outros desportos de elite possíveis, como a equitação ou a vela... :)

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  4. O comportamento humano é lógico e pautado de uma previsível irracionalidade que está sobejamente estudada. Claro que é habitualmente declinada para uma perspectiva criminal onde é mais importante estabelecer um perfil rapidamente.

    "as séries, programas televisivos e até alguma linguagem editorial de revistas (até mesmo femininas)" são também estas dirigidas a uma classe média alta de formação diferenciada. População do tipo A/B ;)

    Em relação ao desporto, poderiam de facto ser esses também mas até digo já que não são ou não teriam surgido como contra ponto (principio da negação funcional).

    Só escolhi aqueles porque são os mais comuns entre a classe média alta em Portugal.

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    1. Não vejo muitas mulheres a jogar golf, o padel é um desporto ainda com pouca "população", sobra assim o ténis. Mas mesmo assim não relaciono o desporto a características evidenciadas no blog...

      Falta ainda saber, se posso perguntar, a parte "traumática" em relação aos homens... não falando em publico, não quer satisfazer a minha curiosidade através do email que deixei? ou então faça-o como tem feito, de forma objectiva e comparada a estudos desenvolvidos, que o levem a chegar a essas conclusões com os textos aleatórios que leu do blog.

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    2. :) OK.. Observações interessantes mas nem sempre exactas.. o golf é bastante jogado por mulheres (11% dos jogadores são mulheres), o paddle saiu-me porque tinha estado a ler sobre essa tendência e sobre a organização de torneios de paddle para as cupulas de partidos e empresas com jovens de 30 anos e o ténis deve ter sido uma extensão associativa do consciente.

      A parte "traumática" (trauma é sempre mal interpretado), é espelhada em quase todos os artigos que li. Eu não diria talvez traumática em relação aos homens em sentido estrito mas em relação à auto-precepção social, e auto-resposnsabilização de estar nos 30 e poucos anos sem situação emocional resolvida, aparentemente sem família, sem filhos e na entrada do ciclo subconsciente do terminus da idade fértil (ainda que parte dos psiquiatras achem que só se sente mais próximo dos 38 anos).

      De qualquer forma acho o tema interessante, capaz de "ajudar" várias pessoas na mesma situação.

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