2 de maio de 2012

Desastre de jantar!

Lá aceitei mais um daqueles convites, que não devia, para jantar - "Tenho de dar oportunidade" - , pensei eu... Wrong! 

Sentámo-nos à mesa e eu já tinha vontade de me levantar.
Olhou para mim e disse-me, - "Desculpa não estava atento, podes repetir, é que eu tenho um défice de concentração".
Que engraçado, achei mesmo era que estavas com concentração a mais no meu decote, uma vez que estavas com alguma dificuldade em olhar-me para a cara.

Tracei o lenço que tinha ao pescoço à volta dos ombros, de forma a tapar-me o decote.

Perguntei-lhe o que queria pedir, mostrou-se sem pressa e continuou a falar, quando insisti, disse para ter calma, para aproveitarmos o momento para conversar. Deixou-me logo com comichão e na posição de ter rapidamente de arranjar uma desculpa para apressar o jantar - "Por acaso amanhã tenho um dia complicado, vou ter de acordar cedo"-, respondi.

 Não me deu grande importância, continuando a fazer varias perguntas que me obrigavam a responder sem quase conseguir concentrar-me na lista que tinha à frente.

Quando me decidi, apressei-me a chamar o empregado. Perguntei-lhe o que queria, ao que me respondeu - "Vou querer o mesmo que pedires". Fiquei com duvidas se era da falta de concentração, neste caso na lista de pratos, ou se era da falta de opinião. Na volta era para ser querido, mas se era, foi uma tentativa assustadora. Bem feito, era eu ter pedido pés de galinha com arroz de caracóis...

"Para beber?" - foi a pergunta que se seguiu. Perguntei-lhe o que queria, e ele voltou a repetir, por outras palavras, "o que te apetece? Eu sigo-te na tua escolha". Óptimo, já percebi, que quem manda neste jantar, pelo menos no menu, sou eu!

Continuamos o jantar com mil conversas sobre o que faz, o que quer fazer, o que fez, o que gostava de ter feito, o que ele ..., o que ele ..., o que ele ...
Depois de me apresentar um currículum vitae com todos os seus interesses, profissões, hobbies, ensino, tudo em grande detalhe, chegou a fase de escolher uma sobremesa.

Já cansada da "quase" entrevista de trabalho, para um emprego onde não estava à procura de ninguém com aquele perfil, atirei com "bem já que serei eu certamente a escolher a sobremesa, para mim vou querer um mousse de chocolate", ao que responde ao empregado que nos estava a servir, "pode ser, mas traga 2 colheres".

Eu não sei se a intenção era "como perder um engate no primeiro jantar", mas se era, foi em cheio! Parabéns!

Não toquei na mousse, deixei de fazer cerimonia, fiquei a olhar para as horas no telemóvel, já com irritação. Ainda ouvi um "devias experimentar largar esse telefone, acho que estás viciada", mas já me pareceu ao longe.

Forcei a vir a conta o mais depressa possível e vesti logo o casaco enquanto me levantava para sair. 

Senti que iria na mesma tentar o beijo, por isso fui mais rápida em direcção à cara dele, despedi-me e quando me preparo para virar as costas, oiço o remate da noite - "no próximo encontro não tragas saltos, que eu gosto de mulheres pequeninas como a sardinha!"

 Fica descansado, não haverá próximo!

Special Agent Naughty


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