7 de maio de 2012

o que me vai na alma...


Os meus problemas com as mulheres da minha geração. Francamente, não consigo sequer escrever um i Mas uma coisa é certa: andamos desencontrados. Já aqui se falou da independência da mulher solteira, dos comportamentos menos positivos dos homens, das suas indecisões e, brilhantemente escrito, do silêncio. Relativamente a este tópico, respondo instintivamente: se um homem fica em silêncio, ou já não está mais interessado, ou está chateado, ou simplesmente…não sabe o que fazer!

Mas voltemos ao tema inicial. As mulheres e os homens solteiros (i.e. não casados nem divorciados) têm um problema de comunicação. É que simplesmente… esta não existe! Um homem aos 35´s, solteiro, dificilmente quer assentar. Esta é esmagadora maioria. Mas também tenho ouvido queixas das minhas amigas solteiras a queixarem-se no contrário. Que ao terceiro café já estão a falar em temas como casamento e filhos. Nada pior do que isto para afastar uma mulher (ou homem, na mesma medida). Já as mulheres solteiras querem-se (e bem, entenda-se) afirmar a sua independência, querem mostrar estar bem. E com isso exageram. Saltitam de festa em festa, falam com este e aquele, anda a procura de tudo e, ao mesmo tempo, de nada.

Escrevo este post porque cheguei a um ponto em que desisti da minha geração. Nós, os “restantes”, se calhar das duas umas: ou falamos dialectos diferentes ou simplesmente estamos demasiado magoados uns com os outros ( ;) ). Cada mais observo as mulheres a casarem com homens mais velhos, e homens com mulheres mais novas. “Heresia”, ouço. É claro que há excepções. Mas, como diz o velho ditado, apenas confirmam a regra.

Não escrevo este post como critica ou revolta, uma escalpelização de toda uma geração perdida. Escrevo-o como desabafo, baseado em constatações que tenho feito nestes últimos dois anos. Fazia (e faz me) particularmente confusão que esteja com outra pessoa, da mesma idade, com gostos parecidos, solteiros, amigos em comum, e sinta que mal olhem. Olho eu para mim, no meu todo. Não encontro uma falha óbvia. Depois observo os comportamentos: “foste à festa xpto no Sábado? Estava óptima, alias eu vou já sair porque tenho outra do meu amigo y”. Voltamos aos 20´s, então. A independência significa liberdade de espírito, capacidade de reflexão, de diálogo, de espírito aberto. Ser solteiro e independente não significa comportamentos infanto-juvenis. Isto aplica-se tanto a homens como a mulheres.

Voltando ao início do anterior parágrafo, não pretendo criticar. Apenas constatar algumas situações que me rodeiam. Claro que não posso generalizar – nada é generalizável neste mundo. Mas está lá, existe, são tantos casos...

Vocês (mulheres) reclamam de nós, homens. E com razão. Com esta idade já devíamos ter juízo. Mais juízo pelo menos. Não digo a família pipoca que vai ao jardim com as crianças e a seguir ao supermercado. Mas também a aclamada emancipação da mulher (clap, clap) traz consigo uma óbvia capacidade de introspecção / avalição . Queixam-se, queixam-se, quando na realidade sabem facilmente com o que podem contar. E depois acontece…o óbvio. E ficam chateadas. Com razão. Mas, bolas, porque não tiram os óculos-com-fundo-de-garrafa e vêem as coisas como elas são?

Cansado de ver amigas solteiras, trabalhadoras, independentes, interessantes, cultas, viajadas, a desabafarem comigo. Em minutos tira-se a pinta: não está interessado, está indeciso, só se quer divertir. São sinais demasiado óbvios. Como nós, homens. Óbvios. Por isso peço: tirem os óculos. E acharem que alguém interessante o suficiente, dêem uma oportunidade. Mas sejam objectivas na vossa análise.

Mas uma vez refiro, tudo isto não é uma crítica. E, se calhar, estamos mesmo todos magoados uns com os outros. Até porque Lisboa é um ovo e conhecemo-nos todos uns aos outros ou há sempre um amigo do amigo que conhece.

“Olha, alguma amiga solteira?” “Já sabes, as mesmas de sempre”, respondeu-me ainda este Fim-de-Semana uma muito próxima amiga. “Ah!”, respondi, como quem diz “nós já nos conhecemos todos, se era para acontecer alguma coisa já tinha acontecido”.

Agent Barney



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