11 de maio de 2012

Melga ou interessado - a linha que separa



Todos já tivemos “melgas” atrás de nós. Da escola até à vida adulta, é algo intrínseco no nosso crescimento e, infelizmente, no nosso quotidiano. Há sempre alguém que não percebe o conceito de não reciprocidade. Ou que finge não perceber. Ou não quer levar a “tampa”. Ou simplesmente adopta uma táctica até à exaustão.


Acontece. Mas quais os sinais que não está interessado? É o que vou tentar abordar neste post. Não um “manual” – estou bem longe de ser um guru do amor, mas porque sinto que, se a idade traz sabedoria, neste capítulo a situação parece não evoluir como seria suposto. Para homens e mulheres, mas especialmente destinado a estas últimas.  Até por que o cariz feminino do blog assim o pede. E o papel da voz masculina que tento aqui ter também.


Comecemos.


Conheces alguém. Achas-te interessante, e pediste o telefone. Fazes uma, duas, três chamadas mas há sempre uma desmarcação. É preciso por os óculos. Quando nos dizem “tenho um jantar de amigas” ou, pior, “o meu avô faz anos”, não tenham dúvidas. Esqueçam. Não está interessado/a. Se houver algum interesse, voltará a contactar. Mas ainda assim, dependendo da abordagem, tenham cuidado. Um telefonema de volta não significa interesse, até mesmo que queiram combinar qualquer coisa. Às vezes pode ser só mesmo para conversar, para conhecer um pouco. Ou algo tão simples como “não estou interessado, mas não sou mal-educado e estou-te a tentar passar essa mensagem para ver se percebes, de modo a desmelgares”.


Conheces-te alguém e adicionaste-o no Facebook. E fala, insiste, envia links de músicas, concertos, exposições, ou até ao mais óbvio cinema. Tentem perceber se a conversa é recíproca. Se não somos sempre nós a meter conversa. Se formos….O remédio é passar para outra...


Engate puro. Viste no Facebook, ou sabe que é amiga de algum amigo/conhecido e adiciona-te. O aceitar a tua amizade não quer dizer que está interessado. Pode ter simplesmente visto os amigos em comum e pensou “devo ter conhecido em algum lado e não me lembro, mas como temos amigos em comum, deve ser de confiança”. O resto já foi referido. (PS. se for Homem, está interessado, acreditem. Agora se está com boas intenções ou não, só a abordagem e o tempo o dirá).


One night Stand. E voltando ao post anterior…quando nos vemos perante uma situação destas, o melhor mesmo é seguir o modelo americano: sair e ir embora. O one night stand, stands for isso mesmo. Foi uma vez. Achei-te piada, estava com desejo e aconteceu. Mas no dia seguinte, cai a máscara. A gigantesca parte dos casos é isto mesmo. Passar um bom momento. O que não significa que não possamos pedir o contacto, nem que seja quase por boa educação (isso de levantar, ir embora e deixar um bilhete é mesmo à filme). Gostamos, mas as pessoas não são descartáveis. Querem respeito para não se sentirem usadas. Mas convenhamos: não é exactamente a melhor maneira de se começar uma relação. Por isso, não fiquem com muitas esperanças. Foi bom enquanto durou, mas agora move on.




Sumarizando:

- Se não liga ou responde passado tréculos, não interessa.

- Se liga e combina mas depois não confirma, telefonamos e afinal está ainda “não sei aonde, está com o amigo Y e ainda te pergunta se queres ir ter com ele”, tiro nele/a;

- O facto de nos envolvermos com alguém uma vez ou duas, não significa que o interesse seja extensível temporalmente;

- Por telefonar uma ou outra vez, ou responder na mesma medida - quando e como lhe convêm, apaguem;

- Um ou dois programas, em que nada tenha acontecido, sem “acompanhamento telefónico”…esqueçam;

- Se fala, fala, mas só “virtualmente”, desconfiem. O passo seguinte é o encontro. As palavras são subjectivas, escrever num teclado é fácil e banhos rápidos de cultura para impressionar também;

- Falar de filhos ao terceiro café é a loucura, como já escrevi no post anterior. Equilíbrio e bom senso;

- Actos fisicamente reprováveis do nada – façam queixa na esquadra mais próxima;

- Por favor: não mostrem carência. É o pior dos sinais, afasta tanto homens como mulheres. Queremos parceiros/as fortes, com confiança. "Disse algo de mal, fiz alguma coisa que não gostaste" são coisas que não se dizem. A não ser que tenhamos sido terrivelmente inconvenientes - acontece a qualquer um - se disse ou fiz algo que não gostaste, azar. Sou assim. Uma coisa é mostrar preocupação e atenção, outra é mostrar medo de termos feito algo de errado que possa levar a que a outra pessoa se possa afastar. Nada de mais errado. Naturalidade pede-se. E personalidade.




Por outro lado, alguns sinais de interesse:

- Quando há interesse, há comunicação. Não há desculpas. Não estava com o telefone ao lado, tinha o facebook ligado e só vi depois, tenho os anos de não sei quem. Esqueçam tudo isto. Mas por haver interesse não quer dizer que haja um comprometimento. Significa que as partes (ou uma delas pelo menos) estão a dar uma hipótese de se conhecerem. E isso só se consegue fisicamente, ou sejam, junto com a outra pessoa. Não verticalmente, mas na horizontal. Café, jantar, concerto, teatro, cinema, à varanda, não interessa. Não há evento ou acontecimento que sirva de desculpa constante.

- Se te convidam para jantar. Um homem serio "chega-se à frente" e não tem medo. Vamo-nos conhecer. Cinema e programas afins é mais para a frente, porque estão lado a lado e calados. Voltando, hoje em dia, começa a entrar na moda começar a dividir a conta. Neste caso, a minha educação conservadora - e não provinciana - vem ao de cima e não deixa. Mas é um mal menor. Mas se, por algum motivo, não puder pagar a conta, deixem-no a lavar pratos.

- Se há interesse para além do óbvio, a conversa desenvolve-se. Mas tem de ser o mais possível na medida do 50% para cada lado. Pessoas narcisistas e egocêntricas, que “fizeram, fazem e irão fazer não sei mais o quê”, que só conseguem ouvir a sua própria voz, esqueçam. A pessoa interessante (e equilibrada) quer conhecer e dar-se a conhecer. Não quer apressar, mas também não quer esperar eternidades. Respirem fundo. As coisas desenvolvem-se naturalmente. Sem jogos tontos. Sem esquemas. Sem mentiras. Sem hesitações.

A inteligência emocional é, no conceito "geek" Star Trak, "the final frontier" (para as meninas, a serie que tem o Spok, o orelhudo ). O último passo para a evolução da sociedade. Mas por um lado, ainda bem. É o sumo da vida. A conquista, a fase cor-de-rosa, o romance, etc. O problema está, na realidade, em pormos os óculos da avó e não vermos (ou não querermos ver) o que está mesmo à nossa frente.  Senão caem no erro de nos tornarmos melgas, caindo no degradante e até mesmo à exclusão.

Agent Barney


7 comentários:

  1. Caro Agent Barney, está na hora de pegar nos textos e pedir uma revisão dos mesmos, antes de os publicar. É que tanta gralha (prefiro acreditar que são apenas gralhas) tornam a mensagem do post um tanto ou quanto imperceptível.

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  2. ups... tanta gralha (...) torna ... (sem m depois do a).

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  3. Já está refeito, sinceras desculpas

    Agent Barney

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  4. :) Espero que não tenha levado a mal.

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  5. Não, de todo, agradeco a atenção, espero que independetemente tenha gostado do post,

    Agent Barney

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  6. bastante. sou mulher e gosto sempre de ler as visões/análises do sexo masculino.

    A melga do português correcto (ou correto segundo o A.O.)

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  7. Obrigado!

    Esse "acordo" não é ultilizado do blog porque escrevemos em português (mesmo se por uma vez com gralhas..)

    Agent Barney

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